Futebol e Bahia têm tudo a ver. Salvador respira futebol 24 horas por dia e ontem, antes, durante e depois do duelo entre Brasil e Itália, tanto os soteropolitanos quanto os turistas presentes dentro ou nos arredores da Arena Fonte Nova deram show. Vibração, gritos de incentivo e muita festa.

Cinco horas antes do apito inicial, torcedores já chegavam ao local do duelo. Com o passar do tempo, o estádio ganhava predominantemente o amarelo da Seleção, mas misturado às cores de diversos clubes. Salvador foi, por um dia, a capital do Nordeste e recebeu fãs do Confiança, de Sergipe, Botafogo, da Paraíba, CRB e CSA, de Alagoas, América, do Rio Grande do Norte, e Náutico, de Pernambuco. Isso sem contar os oito grandes de Rio de Janeiro e São Paulo, além de Vitória e Bahia.

Os jogadores sentiram desde o aquecimento o carinho das arquibancadas. E os mais ovacionados foram Daniel Alves, Neymar, Lucas e Hulk. Pelo lado italiano, o marrento, mas carismático Balotelli, também arrancava aplausos. Mas a maior intensidade foi no momento do Hino Nacional. Mesmo quando a execução parou na metade da primeira parte, as arquibancadas seguiram cantando. De arrepiar!

PESCA
Localizado em frente à Arena Fonte Nova, o Dique do Itororó completou um cenário lindo. Palco de milhares de registros fotográficos de turistas ou até mesmo locais, a paisagem atraiu pessoas inclusive para uma atividade que nada tem a ver com o futebol: a pesca. Com varas de bambu que podem ser alugadas, as pessoas vão até um deck estrategicamente posicionado, colocam o anzol na água e apenas aguardam. Mas não adianta espar por grandes peixes. Em sua maioria, são apenas pequenos animais, mas suficientes para fazer a alegria da criançada.

O funcionário público Sérgio Brachmans, 47 anos, levou a filha Sophia, 8, para tentar fisgar algum peixinho. “A gente não conseguiu comprar ingresso, está meio caro, então estamos aproveitando as férias dela para ter diversão aqui. É tranquilo para brincar, barato. Programa e ambiente gostosos”, destacou.

Policiais e manifestantes fazem confronto reduzido
A expectativa era que 100 mil pessoas fossem às ruas em Salvador manifestar melhores condições à Saúde, Educação e transporte. Pelos cálculos oficiais 2.000 estiveram nos protestos. Mas nem o número reduzido impediu confronto com a Polícia Militar durante e depois do jogo Itália x Brasil.

Enquanto os manifestantes atiravam pedras, garrafas, latas e fogos de artifícios, os policias respondiam com bombas de efeito moral e chegaram a prender alguns militantes.

Dentro da Arena Fonte Nova, diversas pessoas levaram faixas e cartazes demonstrando apoio aos movimentos que tomaram conta de todo o País.

Quarteto da região marca presença
O Grande ABC esteve representado em Salvador, na Arena Fonte Nova, por quatro moradores no duelo entre Itália x Brasil: o gerente comercial são-bernardense Eduardo Shinohara, 30 anos, o estudante Marcello Negrini Fasolari, 15, e seu pai, Wesley, além do produtor Cristiano Nascimento, 33, todos estes andreenses.

Cada um ficou localizado em um setor do estádio, mas a opinião foi unânime: a arena ficou muito bonita após as reformas para receber a Copa das Confederações e o Mundial de 2014.

“A estrutura estava muito bem disposta no estádio, com banheiros e restaurantes muito bons”, destacou Shinohara, que ficou em área vip da Fonte Nova. “É espaço pouco diferente dos demais. Até para chegar tivemos alguns privilégios, como ônibus que nos trouxe até a porta, o que outros torcedores não puderam. Mas é de se destacar que, apesar do momento que vivemos, das manifestações, tudo esteve muito organizado, porque não houve gente atrapalhando perto do estádio”, emendou o são-bernardense, que há quatro anos vive em Salvador. Ele ainda crê na Seleção campeã. “O time está bem postado. O Paulinho fez falta, mas com a volta dele a tendência é melhorar ainda mais.”

Na visão de Marcello Fasolari “o estádio ficou muito bonito, a segurança é boa e a organização também.” Já Cristiano Nascimento vestiu a camisa do Santo André da campanha vice-campeã paulista de 2010, representando o clube mesmo a milhares de quilômetros de distância. Para recordar, tirou fotos e demonstrou emoção em estar próximo ao campo.