Com projeto antiPT, o PSDB de Santo André assedia o vereador Ailton Lima, atualmente no PTB, para lançá-lo candidato a prefeito na eleição de 2016. Mesmo buscando reserva nas conversas, o tucanato tem articulado o ingresso do petebista, desde o fim do pleito de outubro, para tentar apagar o insucesso eleitoral de 2012, quando a legenda deixou de apresentar cabeça de chapa majoritária pela primeira vez na história.

A proposta em longo prazo do PSDB ainda conteria a garantia de legenda para que Ailton postule vaga de deputado estadual em 2014. As negociações, a princípio, são preliminares, sem concretização de acordo. Porém o interesse já é demonstrado nos bastidores, com encontros constantes entre as lideranças. O ex-prefeito Aidan Ravin (PTB) chegou a receber convite para compor esse panorama eleitoral, só que, atualmente, ele está mais próximo do PSB.

Ailton negou diálogo formal nesse sentido, porém reconheceu que existem pessoas próximas que "torcem para seguir esse caminho". Segundo Ailton, há amizade com o presidente do diretório tucano andreense, Ricardo Torres, por falarem "a mesma língua". "Há aproximação. Na defesa do governo Aidan (como líder, em 2012) se misturavam as nossas ideias. Com essa tendência ficou o sentimento antiPT e nutriu-se simpatia pelo meu nome, mas nada de oficial."

O parlamentar já teve ligações eleitorais com o PSDB. Em 2004, Ailton, então no PSB, atuou na campanha de Newton Brandão (morto em 2010). O ex-prefeito era a cabeça de chapa tucana, que tinha Duílio Pisaneschi como vice, formando a dobrada de lideranças de trajetória política contrária ao PT.

Por outro lado, o vereador foi eleito em 2008 pelo PDT na coligação petista, sob a candidatura de Vanderlei Siraque, derrotado por Aidan processo. Em pouco tempo, no decorrer do mandato de Aidan, houve distanciamento do PT e proximidade com o prefeito, o que culminou na entrada nas fileiras petebistas e discursos inflamados de linha antagônica à adotada pela então bancada oposicionista.

A postura tomada o tornou uma das únicas figuras nessa legislatura com possibilidades mais fortes de permanecer na oposição até o fim do governo Carlos Grana (PT). Apesar dessa pecha e eleição marcada por conflito entre as duas legendas, o vereador ganhou - assim como toda a bancada do PTB - carta branca do presidente estadual da sigla, Campos Machado, em relação ao posicionamento na Câmara, seja na oposição, bem como mudar de raia e firmar sustentação ao prefeito.

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