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Encargo social é 22% do custo da mão de obra
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/08/2010 | 07:03
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Edmilson Magalhães/DGABC


Os encargos sociais, como a contribuição previdenciária, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), salário-educação e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), representaram, no ano passado, 22% do CTMO (custo total de mão de obra) nas fabricantes de produtos químicos de uso industrial no Brasil.

Por sua vez, os salários efetivamente pagos aos empregados, incluindo horas extras e adicionais de turno, corresponderam a 47% do custo total. Outros pagamentos em dinheiro (como 13º salário, férias, abono, participação nos lucros e resultados) responderam por 19% e os benefícios (Saúde, recreação, alimentação, transporte, auxílio-creche etc), por 12%.

Parte de estudo realizado anualmente pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) - com base em informações de 56 fabricantes, que empregam cerca de 40 mil trabalhadores -, os dados mostram que o custo total da mão de obra é mais que o dobro (2,23 vezes) da remuneração paga ao empregado.

Em 2009, o salário médio no segmento foi de R$ 4.671 e o CTMO por empregado alcançou R$ 10.058. Em relação a 2008, o salário médio registrou alta de 7,4% em reais e queda de 8,2% em dólares, como reflexo da variação cambial.

Os encargos sociais têm permanecido praticamente no mesmo nível desde que a pesquisa foi realizada pela primeira vez, em 1994 - naquele ano, correspondia a 21%.

"Nesse período, o que mais oscilou foram os outros pagamentos em dinheiro, porque, dependendo do lucro das empresas, essa variável, que inclui a PLR, aumenta", afirma a diretora do departamento de economia e estatística, Fátima Giovanna. Representava 19% em 1994, foi a 23% em 2008, e caiu novamente para 19% no ano passado. A retração se deve à crise financeira internacional, que impactou nos resultados das companhias.

Levantamento do departamento de trabalho, dos Estados Unidos, com base em dados de 2007 e somente com pessoal empregado na produção, coloca o Brasil atrás apenas da Suécia e à frente da França em relação ao total gasto pelo setor industrial com encargos sociais relacionados à mão de obra.

Por esse levantamento, o custo dos encargos sociais na indústria alcança 33,1% na Suécia, 32,3% no Brasil e 32,0% na França. A Dinamarca, com 12,4%, é o país, entre os 18 que figuram no estudo, que tem o menor custo relativo com encargos sociais. Nos Estados Unidos, essa parcela corresponde a 22,1% do custo da mão de obra, na Alemanha a 19,9% e na Irlanda a 14,3%.

Os dados de encargos sociais para a indústria brasileira são mais altos do que o setor químico nacional, segundo a diretora, porque levam em conta apenas o chão de fábrica, enquanto o estudo da Abiquim inclui pagamentos a executivos.




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