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Uma mão lava a outra
Por Do Diário do Grande ABC
17/09/2018 | 12:34
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Artigo

O incêndio do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi como destocamento de raízes em área desmatada. A floresta que se perdeu não volta mais. É de doer na alma! A tragédia anunciada ocorre, coincidentemente, num período em que, por diversas circunstâncias, eu vinha escrevendo sobre as maliciosas mistificações envolvendo a História do Brasil e a identidade nacional.

Para alguns brasileiros que dirigiram a área cultural neste início de século, a história interessa como espaço para construção de narrativas convenientes sob o ponto de vista político e ideológico. Para outros, velharias como as que se exibem nos museus não têm qualquer significado e deveriam ser vendidas para ‘socorrer os pobres’ (exatamente como pretendia Judas Iscariotis, exalando uma generosidade que não tinha, ao repreender a mulher que derramou perfume caro nos pés de Jesus).

Nestes casos, temos a perigosa combinação da ignorância com a demagogia. Para os radicais, por fim, há mais cultura na pichação do que no monumento, nos poucos acordes do funk do que na música erudita, no Queermuseu do que no Museu. Fazer o quê?

A cultura tem outras prioridades. O Museu Nacional ardeu, então, com as centelhas da omissão e do desinteresse. Em tempos de verba curta, era preferível financiar eventos e artistas que, ali adiante, estariam subscrevendo manifestos de apoio político, participando de showmícios e fazendo denúncias em eventos no Exterior. Uma mão lava a outra, na bacia de Pilatos.

Coincidentemente, no mês de julho, escrevi um texto apoiando a iniciativa de amigos que pretendiam, no Rio de Janeiro, preservar – vejam só! – as Cavalariças Imperiais da Quinta da Boa Vista.

Os sucessivos retalhamentos do parque haviam levado mais da metade da área original e as cavalariças se extraviaram do belo projeto paisagístico de Augusto Glaziou. Considerávamos imperioso preservá-las. Tão pouco tempo depois, não eram as cavalariças que se perdiam, mas o próprio museu que ardia.

Sociedades civilizadas sabem que prédios e lugares históricos abertos à visitação, ao lazer e à cultura são imprescindíveis à construção da identidade nacional e, logo, da identidade individual dos cidadãos. Não há cultura sem raízes e as nossas veem sendo sistematicamente cortadas em virtude do anacronismo. Indivíduos sem raízes são levados para onde soprar a ventoinha das conveniências.

Percival Puggina é integrante da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor.

Palavra do leitor

Consumidor
Aí estão eles novamente. Empresas de telefonia e banco permanecem no topo da lista das reclamações registradas pelo Procon, como mostrou este Diário em reportagem sobre as queixas recebidas pelos órgãos de defesa do consumidor (Economia, domingo). Natural que isso ocorra, os dois segmentos acostumaram-se ao longo do tempo a desrespeitar seus clientes. A diferença agora é que o cidadão aprendeu a colocar a boca no trombone e não aceita mais os mandos e desmandos dessas companhias.
Maria Auxiliadora Ramos
Diadema

Fernandes
Maravilhosa a atitude do genial Fernandes ao reproduzir a face do garoto Nickollas para que o menino, por ser cego, possa tocá-la e, assim, formar uma imagem de seu rosto. Neste período em que as redes sociais são invadidas por ofensas, picuinhas e fake news, tive a grata surpresa de ver a transmissão feita pela página deste Diário no Facebook, na sexta-feira, e me emocionei muito. São atitudes como essa que fazem a diferença na vida das pessoas. Fernandes, você mostrou que ainda é possível acreditar no ser humano.
José Roberto Ribas
Santo André

Que paz?
É inadmissível que nos dias atuais nações como Rússia e China se unam para demonstrar poderio bélico, num claro desafio ao resto do mundo. Dizer que seus dirigentes são débeis mentais seria até um elogio. Com todo o respeito aos reais pacientes dessa enfermidade!
Maria Elisa Amaral
Capital

Polícia Federal
A Polícia Federal, que tem atuado tão bem na Operação Lava Jato, tem agora que esclarecer dois fatos recentes antes das eleições, pois eles serão decisivos para a nossa democracia. O ataque a Jair Bolsonaro, feito por um pedagogo, pedreiro, desempregado, que já foi filiado ao PSOL, e que em menos de 24 horas preso teve ao seu alcance excelentes advogados para justificar (doente mental, medo do candidato, etc...) seu atentado. Esta estória é para despistar os verdadeiros mandantes deste crime, que devem ter nomes e sobrenomes. A perícia da PF tem que apurar antes do primeiro turno e dar nomes aos bois, doa a quem doer. A outra situação foi o avião do ditador Teodoro O. Nguema, da Guiné Equatorial, aparecer por aqui com US$ 15 milhões entre joias, relógios e US$ 1,5 milhão em papel moeda. Haviam empreiteiras brasileiras trabalhando lá. Para que tanto dinheiro? Faz-nos lembrar a estória do Hugo Chaves, que enviou para Argentina dólares durante a campanha dos Kirchner e foi descoberto. Então este caso também tem que ser resolvido pela PF antes das eleições. Depois, os estragos podem comprometer a nossa Democracia!
Tania Tavares
Capital

Lula
O que fez o ministro Lewandowiski pedir vista sobre o julgamento do presidiário Lula? Forçar votação presencial para dar satisfação ao PT. Não é a lei que está em discussão, mas o destino de um condenado endinheirado que colocou grande parte dos ministros no STF (Supremo Tribunal Federal) e quer forçar nova votação sobre a prisão em segunda instância. Alguém acredita que se fosse um pobre, o condenado, o STF iria se debruçar para mudar o entendimento? O teatro está armado, sem data para votar, mas com os votos favorecendo aquele que afronta, insulta e desrespeita a justiça. A conferir.
Izabel Avallone
Capital

Sem opção
Entre todos os candidatos que aí estão se apresentando para concorrer à Presidência da República, quem quer que vença essa eleição, nossa única saída será o aeroporto. Só para dizer o mínimo.
Luís Fernando
Laguna (SC)

Paulo Guedes
Pérsio Arida, na imprensa, classificou Paulo Guedes como “mitômano”. Ele poderia ter passado incólume aos menos esclarecidos sobre sua biografia. Mas aos mais críticos acabou de nos convencer que a mudança é necessária. Hoje queremos menos de esquerda. Menos da palavra escrita em escrivaninha. Menos discurso e mais ação. Só o fato de Pérsio Arida ter participado da guerrilha armada nos anos 1970 e dos mirabolantes planos do desastroso governo José Sarney, nos dá um norte, por ser continuação dos governos socialistas que nos levaram a pior crise econômica enfrentada desde o governo Sarney e por ser provável ministro da fazenda do candidato Geraldo Alckmin. Democracia se faz com alternância, e hoje ela está realmente pedindo mudança. Chega de mais do mesmo!
Beatriz Campos
Capital

Haddad
Candidato tampão, ou serviçal de Lula, Fernando Haddad (PT) promoveu um dos momentos mais constrangedores da história politica deste País, quando na TV, ao vivo, enviou para o presidiário corrupto e formador de quadrilha, um “boa noite presidente Lula”! Só faltou fazer o gesto do coraçãozinho. Este candidato do PT ao Planalto, em delírio pelo sonho de poder, não reconhece o lamaçal petista, e tampouco concorda que o PT deveria pedir desculpas a Nação, como sugerido pelos entrevistadores! Este é o Haddad, literalmente cara de pau, que também defendeu a Dilma, ao culpar a oposição pela quebra da economia brasileira.
Paulo Panossian
São Carlos (SP) 




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