FUABC confirma que Paço pagará valor para compra de insumos após risco de interrupção no hospital
A FUABC (Fundação do ABC) confirmou que a Prefeitura de Mauá vai pagar R$ 500 mil, dos R$ 2,9 milhões solicitados em caráter emergencial, para que sigam ativos os atendimentos no PS (Pronto-Socorro) do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, gerido pela entidade regional.
Ontem, o Diário mostrou que a FUABC suspendeu cirurgias eletivas e considerava restringir acesso ao PS por falta de pagamento da administração de Mauá. A alegação era que boa parte dos fornecedores não iria executar os serviços ou entregar insumos por ausência de pagamento, o que comprometeria o funcionamento do equipamento.
Segundo a Fundação, ontem à tarde a gestão da prefeita em exercício da cidade, Alaíde Damo (MDB), encaminhou cópia de ordem de crédito emitida pela Prefeitura no valor de R$ 500 mil. A expectativa é que o dinheiro caia na conta da entidade hoje, para conseguir “adquirir insumos hospitalares e repor parte dos estoques do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini”. As cirurgias eletivas (não urgentes), porém, seguem suspensas.
A possibilidade de colapso no complexo hospitalar foi tratada inicialmente em reunião entre as partes na segunda-feira. A Fundação solicitou envio de R$ 2,9 milhões, em caráter emergencial, e o governo mauaense havia se comprometido a pagar ao menos R$ 1 milhão na terça-feira, o que não se confirmou. Nova previsão era de entrega de R$ 500 mil na quarta-feira, o que também não ocorreu. Por isso, a FUABC admitiu falhas na operação do hospital.
A crise na relação entre FUABC e Mauá vem desde a assinatura do contrato, em 2015, porque, segundo a entidade regional, a Prefeitura nunca pagou integralmente a parcela de R$ 15 milhões pelos serviços prestados – no máximo, a administração repassava R$ 12 milhões. Esse descompasso gerou dívida de R$ 120 milhões, que motivou a Fundação a encerrar diálogo de renovação contratual neste ano.
Outro problema foi o modelo adotado no PS do Hospital Nardini após a reinauguração da estrutura. O setor era para ser referenciado, ou seja, atender encaminhamentos de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas e UBSs (Unidades Básicas de Saúde), mas funciona de porta aberta, o que fez crescer em 40% o número de procura, sem aumento do repasse.
A Prefeitura de Mauá confirmou a transferência para hoje. O Diário apurou, entretanto, que o governo interino solicitou à FUABC prazo maior para dialogar porque busca um secretário de Saúde titular – o posto está vago desde a saída de Ricardo Burdelis, em abril. Outro ponto em discussão é a remodelação do atendimento, com chance de remanejamento de profissionais e redistribuição de serviços oferecidos, em estudo sobre a estrutura da Saúde de Mauá.
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