Política Titulo Emergencial
Mauá repassa R$ 500 mil para manter PS do Nardini

FUABC confirma que Paço pagará valor para compra de insumos após risco de interrupção no hospital

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/06/2018 | 07:50
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Celso Luiz 8/12/17


A FUABC (Fundação do ABC) confirmou que a Prefeitura de Mauá vai pagar R$ 500 mil, dos R$ 2,9 milhões solicitados em caráter emergencial, para que sigam ativos os atendimentos no PS (Pronto-Socorro) do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, gerido pela entidade regional.

Ontem, o Diário mostrou que a FUABC suspendeu cirurgias eletivas e considerava restringir acesso ao PS por falta de pagamento da administração de Mauá. A alegação era que boa parte dos fornecedores não iria executar os serviços ou entregar insumos por ausência de pagamento, o que comprometeria o funcionamento do equipamento.

Segundo a Fundação, ontem à tarde a gestão da prefeita em exercício da cidade, Alaíde Damo (MDB), encaminhou cópia de ordem de crédito emitida pela Prefeitura no valor de R$ 500 mil. A expectativa é que o dinheiro caia na conta da entidade hoje, para conseguir “adquirir insumos hospitalares e repor parte dos estoques do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini”. As cirurgias eletivas (não urgentes), porém, seguem suspensas.

A possibilidade de colapso no complexo hospitalar foi tratada inicialmente em reunião entre as partes na segunda-feira. A Fundação solicitou envio de R$ 2,9 milhões, em caráter emergencial, e o governo mauaense havia se comprometido a pagar ao menos R$ 1 milhão na terça-feira, o que não se confirmou. Nova previsão era de entrega de R$ 500 mil na quarta-feira, o que também não ocorreu. Por isso, a FUABC admitiu falhas na operação do hospital.

A crise na relação entre FUABC e Mauá vem desde a assinatura do contrato, em 2015, porque, segundo a entidade regional, a Prefeitura nunca pagou integralmente a parcela de R$ 15 milhões pelos serviços prestados – no máximo, a administração repassava R$ 12 milhões. Esse descompasso gerou dívida de R$ 120 milhões, que motivou a Fundação a encerrar diálogo de renovação contratual neste ano.

Outro problema foi o modelo adotado no PS do Hospital Nardini após a reinauguração da estrutura. O setor era para ser referenciado, ou seja, atender encaminhamentos de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas e UBSs (Unidades Básicas de Saúde), mas funciona de porta aberta, o que fez crescer em 40% o número de procura, sem aumento do repasse.

A Prefeitura de Mauá confirmou a transferência para hoje. O Diário apurou, entretanto, que o governo interino solicitou à FUABC prazo maior para dialogar porque busca um secretário de Saúde titular – o posto está vago desde a saída de Ricardo Burdelis, em abril. Outro ponto em discussão é a remodelação do atendimento, com chance de remanejamento de profissionais e redistribuição de serviços oferecidos, em estudo sobre a estrutura da Saúde de Mauá. 




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