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A descarbonização da mobilidade
Por Do Diário do Grande ABC
10/06/2018 | 11:09
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Artigo

A falta de gasolina e o caos generalizado por conta da greve dos caminhoneiros evidenciam que políticas públicas e obras de infraestrutura focadas na eletromobilidade poderiam atacar diretamente a dependência brasileira do petróleo e a emissão de CO2 na atmosfera em nossas cidades. Eis aí bandeira cidadã: a descarbonização da mobilidade! A verdade é que a eletromobilidade é a melhor opção para corresponder a essas aspirações: a eletricidade é a mais eficiente fonte de energia, sendo três vezes melhor do que o gás, por exemplo. Para além disso, garante níveis de emissões e de ruído totalmente compatíveis com as exigências da vida nas cidades. 

Excelente exemplo em termos de infraestrutura é a eletrovia inaugurada pela empresa Copel no Paraná, projeto demonstrado durante o Smart City Expo Curitiba 2018, edição brasileira do maior evento do mundo sobre cidades inteligentes. O eletroposto é o primeiro de oito unidades que serão instaladas na BR-277, garantindo recarga gratuita para carros elétricos no percurso de Paranaguá, no extremo Leste do Estado, a Foz do Iguaçu, no extremo Oeste.

Cada eletroposto terá três tipos de conectores, próprios para atender os modelos de carros elétricos ou híbridos disponíveis no Brasil. As estações serão todas de carga rápida e gratuita: levará até uma hora para carregar 80% da bateria dos carros elétricos. 

Ainda sobre o incentivo às formas de mobilidade não dependentes do carbono e que estão ao alcance dos cidadãos, temos a mobilidade ativa, em especial a ciclomobilidade. Ao atacar a esfera da infraestrutura urbana, morosa e burocrática, o conceito de smart transport afetou o mercado de bikes, direcionando seus esforços e criatividade para a solução de problemas.

O barateamento de bicicletas com tração elétrica de apoio, assim como a multiplicação e facilitação de kits para conversão de bicicletas em veículos híbridos, criou espaço para que o relevo e a topografia deixassem de ser obstáculos à inserção da bicicleta no mapa da Mobilidade Urbana. Em termos de rendimento, sustentabilidade e autonomia, muitos dos modelos hoje sendo propostos, tanto de car sharing (carro compartilhado) como alguns sistemas de renting (espécie de mistura entre aluguel e leasing), envolvem carros híbridos ou elétricos e bicicletas. A tendência já atinge algumas cidades mais modernas da Europa e deve ganhar escala mundial nos próximos anos.

Fato é que precisamos trabalhar a favor da descarbonização da mobilidade no Brasil e a greve dos caminhoneiros prestou grande serviço ao expor esta necessidade.

André Telles é publicitário e professor da FGV e PUC-PR, cofundador e diretor de Marketing da empresa de projetos e soluções  iCities.

Palavra do leitor

Nem tudo
Ouvia-se, na década de 1960, em uma rádio paulistana, bordão com tom ufanista e voz impostada com a seguinte frase: ‘São Paulo, a cidade que mais cresce no mundo’. Taí. Rabo de cavalo e buraco também crescem. Para baixo. Um dos resultados do ‘crescimento’: Largo do Paissandu, no Centro da Capital.
Nelson Mendes
São Bernardo

Acima de 80
Na Lei Federal 10.048/2000, em seu artigo 1º, é garantida prioridade às pessoas com mais de 60 anos, mas quase nunca essa ‘prioridade’ é respeitada. A Lei Federal 13.466/2017 garante prioridade a idosos acima de 80 anos, até mesmo sobre os de 60 até 79 anos. Será mais uma lei a ser desrespeitada? Veremos.
Adelto Catanzaro
São Bernardo

Que vem de cima
Muita conversa fiada a respeito dos políticos serem retrato da sociedade. Digo o contrário. Ou seja, a sociedade é o retrato dos políticos. A Pátria é como família. Se os pais são bons exemplos, os filhos exemplares serão. E o inverso também é verdadeiro. Claro que exceções existem e isso faz parte da vida. Bons exemplos vindo de cima, a maioria do andar de baixo se sentirá constrangida em fazer o contrário. Isso é didático. Agora, você vê político correndo com mala para cima e para baixo, dinheiro na cueca, bolsa, apartamento abarrotado de dinheiro, acordos espúrios de tudo quanto é jeito e por aí vai. Como se comportará quem vê isso acontecer cotidianamente? Os eleitos, em tese, não são os melhores? Então, quem melhor para dar bons exemplos? Chega de impunidade. Chega de jogar a sujeira debaixo do tapete e a culpa na sociedade. Na verdade, querem usar a sociedade como escudo. Neste mato tem coelho (ratos, na verdade), como dizia minha avó.
Mauri Fontes
Santo André

Mínimo
A cada dia fico mais indignada e decepcionada com governantes. Já foi anunciado salário mínimo para o próximo ano. Ficará abaixo de R$ 1.000 (Economia, dia 7). Por que não cortam gastos com mordomias, como assessores, motoristas, seguranças, cartões ilimitados etc? Vocês sabem quanto custa cada deputado e cada senador para o País? Quem paga? O povo. Cortar o mínimo, que já não dá para nada? Vergonha! Entra governo, sai governo e tudo continua igual. Infelizmente não vejo perspectiva de melhora. Pensam e agem para o bem-estar deles e de seus familiares. Não estão nem aí para o futuro da Nação. Muito triste. A nós só resta continuarmos vivendo de esperança de dias melhores.
Thelma Ribeiro
Santo André

Possível solução
Como tirar proveito da última paralisação dos caminhoneiros e os constantes aumentos de combustíveis? Acho que a maioria de nós poderia muito bem deixar os carros na garagem e irmos aos nossos compromissos, trabalho, escolas, centros comerciais, utilizando outras modalidades de deslocamento, tais como a pé, bicicleta e caronas nos carros de vizinhos, parentes etc. As inúmeras vantagens advindas de tais atitudes seriam muito grandes e correspondem a salutar mudança de hábitos para que possamos nos adaptar o mais breve possível à nova realidade do País. Algumas vantagens desses procedimentos seriam ar mais limpo, melhoria na saúde física e financeira, do trânsito, sem taxas de estacionamentos, menos roubo de veículos etc.
Nelson Chada
Santo André 




Comentários

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