Governo paulista avisa que haverá prorrogação do vínculo assinado em 2014, sem alteração de valores
O governo estadual vai ampliar novamente o prazo do contrato da Linha18-Bronze. A informação foi confirmada ontem ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC pelo subsecretário paulista de Assuntos Metropolitanos, Edmur Mesquita. O novo aditamento – quarto desde que o acordo foi assinado, em 2014 – faz com que as obras da PPP (Parceria Público-Privada) no valor de R$ 4,26 bilhões sofram mais um atraso na entrega.
Para o presidente do Consórcio, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), a informação da ampliação do prazo deve ser encarada com cautela. “Traz segurança e também preocupação. Vemos que a linha está mantida, mas, por outro lado, existe preocupação sobre quando vai começar. Existe ansiedade da sociedade que quer ver o início da obra”, comentou.
Na última reunião da entidade, realizada em maio, já havia sido adotado tom de questionamento e cobrança sobre os atrasos nas obras da Linha 18-Bronze, que prevê ligar o Grande ABC à Capital por monotrilho.
De acordo com a Secretaria de Transportes Metropolitanos está prevista nova renovação do contrato sem mudanças nos valores. “O custo da obra permanece inalterado. O aditamento (renovação) é somente de prazo.”
A gestão do governador Márcio França (PSB) comunicou também que ainda “aguarda a viabilização de recursos, via financiamento, para início dos processos desapropriatórios”.
O Consórcio Vem ABC, após o começo do processo de desapropriação, terá até um ano para elaboração dos projetos de engenharia e até três anos para conclusão das intervenções.
A última movimentação do projeto da Linha-18 se deu no fim de março, quando o governo do Estado encaminhou, nos últimos dias da gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) – pré-candidato à Presidência –, mudança no projeto que visa garantir o financiamento das desapropriações. Segundo a mensagem aditiva enviada à Assembleia Legislativa seriam necessários US$ 182,7 milhões (R$ 696 milhões, na cotação de ontem) para execução da obra.
A intenção do Palácio dos Bandeirantes é buscar os recursos junto a bancos e instituições nacionais ou internacionais e, assim, conseguir bancar as necessárias remoções de imóveis.
Alternativa cogitada pela administração do atual governador Márcio França seria aproveitar US$ 111 milhões (R$ 378,9 milhões na cotação de ontem) remanescentes das obras da Linha 5-Lilás, em financiamento obtido junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
A Linha 18-Bronze foi arquitetada para ter 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo (parada Djalma Dutra), passando por São Caetano e Santo André. O acordo, via PPP, foi assinado em agosto de 2014.
Consórcio adota tom conciliatório sobre possível saída de Rio Grande
O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC procurou amenizar os impactos da iminente saída de Rio Grande da Serra da entidade. Na semana passada, a Câmara do município aprovou projeto do prefeito Gabriel Maranhão (sem partido) solicitando desligamento do colegiado regional.
Na visão do presidente do Consórcio, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), a decisão de deixar a entidade não deve ser encarada de maneira pessoal. “Estou sempre à disposição para o bom diálogo com ele (Maranhão). Fui o mais votado em Rio Grande nas eleições passadas (quando foi deputado estadual, em 2014). Mas vamos manter o Consórcio, projetar, planejar, estabelecer novos projetos, com serviços públicos para serem percebidos com efeito prático para a população”, frisou.
Na reunião realizada ontem, mais uma vez Rio Grande não enviou representantes. Por outro lado, a cidade continua inserida nas iniciativas do colegiado.
Nos últimos anos, Rio Grande recebeu recursos articulados pelo Consórcio, principalmente para a área de Mobilidade Urbana. Somente pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, a implantação de corredor de ônibus foi orçada em R$ 44,4 milhões.
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