Economia Titulo No 6º dia de paralisação
S.Paulo acaba com cobrança de eixo suspenso no pedágio

Márcio França atende reivindicação e espera contrapartida de caminhoneiros grevistas

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
27/05/2018 | 07:00
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Marcelo Camargo / Agência Brasil


O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), avançou nas negociações com os caminhoneiros com objetivo de finalizar a paralisação da categoria, que chegou ontem ao sexto dia. Ele prometeu suspender a cobrança de tarifa do eixo suspenso em todas as praças de pedágio a partir da 0h de terça-feira, além de anular as multas aplicadas por órgãos estaduais. Como contrapartida, exigiu que os manifestantes cumpram o acordo de desobstruir totalmente a Rodovia Régis Bittencourt e o Trecho Sul do Rodoanel.

França informou que as medidas custarão aos cofres públicos em torno de R$ 50 milhões por mês e garantiu que as concessionárias das vias serão compensadas. “Conversei com o presidente (Michel) Temer (MDB) para que o governo federal possa compensar isso em São Paulo (...) Vamos chamar as empresas, entre hoje (ontem) e amanhã (hoje) para conversar com elas e produzir essa compensação.”
Outras medidas foram anunciadas pelo governador, como a fiscalização da aplicação do desconto de 10% sobre o preço final do diesel, o aumento da participação de representantes dos autônomos na Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e a eventual diferenciação de preços do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) para autônomos pessoas físicas em 2019.

Na esfera federal, o discurso é de procurar e punir os responsáveis pela paralisação. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou que a PF (Polícia Federal) instaurou 37 inquéritos em 25 Estados para apurar prática de locaute – paralisação por iniciativa ou com apoio das empresas. “Temos comprovado, seguramente, que essa paralisação de caminhoneiros autônomos, em parte, teve desde seu início a promoção e o apoio criminoso de proprietários, patrões de empresas transportadoras e distribuidoras. Tenham certeza que irão pagar”. Ainda segundo o ministro, a Polícia Rodoviária Federal emitiu 400 autos de infração no valor total de R$ 2,03 milhões.

Já Temer editou decreto que permite ao governo, caso necessário, assumir o controle de caminhões para desobstruir as rodovias. Chamada de requisição de bens, a medida havia sido anunciada sexta-feira, mas, segundo Jungmann, só seria tomada “se houvesse necessidade”.

CLIMA E DESDOBRAMENTO
Ontem à noite, caminhoneiros que bloqueavam uma das faixas no Km 24 da Via Anchieta, em São Bernardo, discutiam se aceitavam a orientação dos líderes do movimento para liberar a via e posicionar os veículos no acostamento. Em um primeiro momento, os motoristas rejeitaram a orientação, mas, com a ameaça de que a tropa de choque da PM (Polícia Militar) estava a caminho, resolveram atender o pedido. A mesma situação aconteceu no Trecho Sul do Rodoanel, também em São Bernardo, e na Régis Bittencourt, na altura de Embu das Artes, em São Paulo.

A paralisação causou sérios problemas nos aeroportos no País. Balanço emitido pelas companhias aéreas apontaram que pelo menos 101 voos foram cancelados ontem em decorrência da falta de combustível de aviação.

Os reflexos da greve no Grande ABC ainda são sentidos. Além da falta de combustível em postos de gasolina e desabastecimento de alimentos em alguns mercados, o Polo Petroquímico informou que, a partir de amanhã, haverá parada das operações, por tempo indeterminado. “As empresas apresentam dificuldades com escoamento da produção e recebimento de matérias-primas”, alegou o polo, por nota.  




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