Postos de Santo André e São Bernardo já notam a falta de combustíveis, devido à greve dos caminhoneiros, segundo o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR). Conforme o presidente da entidade, o estoque de revendedores dura, em média, de dois a três dias e, o de hipermercados, um dia.
Souza projetou que, se a paralisação seguir, hoje o desabastecimento de combustíveis será mais sentido e, na sexta-feira, não terá como abastecer na região. “As pessoas estão preocupadas em encher o tanque e se garantir, o que tem provocado filas nos postos. Espero só que não haja abuso nos preços, diante da maior demanda.”
Quanto ao posicionamento do governo, ele disse que “é preciso enxergar a necessidade de se tomar medidas que vão além da Cide, que reduzir apenas R$ 0,05 e leva três meses para entrar em vigor”. Quanto à Petrobras, ele cobrou que a estatal precisa mudar sua forma de precificar os combustíveis. “Não fosse essa métrica de atrelar os preços ao mercado externo, o diesel não teria subido R$ 0,30 em 20 dias na região. Então, quando os caminhoneiros pedem redução de R$ 1 para poder trabalhar, eles não estão errados.”
ALIMENTOS - Nos supermercados da região, os consumidores já estão sentindo a falta de itens ou o encarecimento deles. “Fui ao mercado comprar carne e bem na minha vez acabou. Ainda consegui levar um pouco de patinho, mas alcatra, coxão mole e outras já não tinham mais. Quem estava atrás de mim na fila ficou sem. O açougueiro disse que tinha acabado porque o mercado não recebeu carne por conta dos protestos e que nos próximos dias seria ainda pior”, contou a psicóloga andreense Camila Campos, que esteve ontem no Nagumo da Vila Alzira.
Segundo o gerente da loja, Cezar Marlon, mais tarde eles receberam mais produtos e, inclusive, estão ampliando os pedidos em 50%, ao temer o desabastecimento. “A batata, no entanto, teve seu preço disparado. Ontem (terça-feira) o quilo custava R$ 2,49 e, hoje (ontem), passou a R$ 4.”
Questionada, a Coop afirmou que se a greve persistir, começará a preocupar o abastecimento de hortifrúti, que tem maior giro e abastecimento constante.
Conforme informou o presidente da Aeceasa (Associação das Empresas da Ceasa do Grande ABC), João Lima, a saca com 50 quilos de batata, que custava R$ 70, na média, estava sendo vendida, na noite de ontem, por R$ 200 na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). E caixa de tomate de 18 quilos, que estava saindo por R$ 60, passa a ser comercializada por R$ 120. “Quanto menos produto entrar, mais altos os preços vão ficando”, assinalou.
(Colaborou Anderson Fattori)
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