A sobretaxa deixaria as importações mais caras, mas o próprio MDIC reconheceu, na nota, que o resultado prático é que as importações do produto chinês não sofrerão nenhum tipo de sobretaxa.
Para o IABr, a decisão é "contraditória e fora da realidade atual". A entidade lembrou ainda que, em janeiro passado, o conselho da Camex aprovou a aplicação de direito antidumping sobre aço importado da China e da Rússia, mas abriu mão de cobrar a sobretaxa. Dessa forma, a decisão de segunda-feira seria coerente com o que foi feito no início do ano.
"Diante dessas recentes decisões da Camex, a sinalização que o Brasil passa para o resto do mundo é a de que empresas de outros países, com práticas desleais de comércio, poderão continuar a enviar seus produtos para o Brasil, sem que haja restrições ou penalizações", diz a nota divulgada pelo IABr nesta quarta-feira, 23.
Segundo a entidade, diante do cenário internacional de excedente de capacidade de produção de aço, na casa dos 600 milhões de toneladas, "diversos países vêm adotando medidas para proteger seus mercados e empregos, como é o caso dos Estados Unidos que, alegando questões de segurança nacional, impôs tarifas de 25% para a importação de aço". Como outros países estão adotando medidas de proteção, a indústria nacional poderá ficar vulnerável diante da concorrência da China.
"Suspender neste momento a aplicação de medidas antidumping e compensatórias, sob pretenso interesse público, é um claro chamariz ao desvio de comércio para o nosso mercado, já que as portas de outros países estão se fechando", diz a nota do IABr.
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