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Marcas de expressão

A artista Prila Maria, de São Bernardo, inaugura hoje sua primeira exposição individual na Alesp

Miriam Gimenes
22/05/2018 | 07:19
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Camila Vech/Divulgação


Se andar pelas ruas de São Bernardo e ver, desenhada nas paredes, uma mulher negra, de postura empoderada, que mistura o estilo vintage das pin-ups com um senso de urbanidade que a move por entre os muros, não tenha dúvidas: trata-se da arte de Prila Maria. Ainda que a personagem não tenha nome – ‘pode chamar de Maria, porque representa qualquer mulher’ –, com seus traços mostra bem a que veio esta artista da região, que inaugura hoje, às 19h, sua primeira exposição individual, Observatório Retratado, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). A curadoria é de Henrique Celso.

Na mostra, que segue até dia 1º de junho, serão expostos mais de 50 rostos de artistas pioneiros ou protagonistas na cultura underground paulistana, entre eles ícones do grafite, da música, hip hop e skate, que ganharam as ‘marcas de expressão’ da artista, que usou caneta posca com pincel e látex para compor sua obra.

A ideia surgiu, segundo ela, à época em que estava terminando sua graduação em Comunicação. “Resolvi fazer uma iniciação científica falando sobre o underground brasileiro e me senti muito frustrada porque não tinha bibliografia relevante que o universo acadêmico aceitasse na época. O underground é um universo muito importante, influencia desde os segmentos mais convencionais até a opinião dos jovens. Quando terminei decidi que ia me dedicar a pintar o rosto das pessoas que faziam parte dessa cena.”

De lá para cá passaram-se dez anos, e neste meio-tempo a artista, além de pesquisar a fundo a história de cada um deles – segundo ela, este é o seu diferencial –, tratou de preparar todo este acervo. Entre os retratados estão, portanto, o grafiteiro andreense Alexandro Anjo, o surrealista Claudio Ethos, a artista Mariana Martins, da Choque Cultural, o rapper Max.BO, o produtor musical Daniel Ganjaman, entre outros. “Destaco nos meus desenhos, inclusive nos da mostra, a qualidade do traço e o fato de sempre tentar evoluir e me aproximar ao máximo do real sem cair no clichê.”

Entre os próximos projetos da artista está o Soul do ABC, que utiliza os mesmos conceito e técnica de pintura de rostos para homenagear e evidenciar os protagonistas da cultura underground, mas desta vez apenas os do Grande ABC. Ela pretende fortalecer a cena da arte independente da região e o resgate da identidade e autoestima do público jovem.

Observatório Retratado – Exposição. Na Galeria Heróis de 32 da Alesp (Avenida Pedro Alvares Cabral, 201). São Paulo. De hoje até 1º de junho, de segunda a sexta, das 10h às 19h. Grátis.  




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