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Por que as cobras trocam de pele?

Processo natural que faz parte da vida de todas as espécies de serpente pode ocorrer de uma a cinco vezes ao longo do ano

Luís Felipe Soares
13/05/2018 | 07:10
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As cobras precisam trocar de pele de tempos em tempos para que consigam crescer. Elas se desenvolvem e aumentam de tamanho por etapas, o que motiva uma troca constante da camada existente em todo seu corpo, da ponta do focinho até o fim da comprida cauda. Esse processo ocorre em todas as espécies de serpentes existentes, desde as bem pequenas (com até 20 centímetros de tamanho na vida adulta) até as gigantescas sucuris, capazes de atingir oito metros de comprimento.

A camada externa da pele de uma cobra é morta, com outra escama considerada ‘viva’ ficando na parte de baixo. É no meio dessas duas camadas que começa a desenvolver-se a futura pele a ser utilizada pelo animal no futuro. Quando a ‘terceira’ pele está finalizada de acordo com o novo tamanho atingido pela serpente, a parte de cima acaba sendo descartada no ambiente. Ela sempre conta com a ajuda de um anteparo, utilizando pedras ou troncos firmes para auxiliar no trabalho. Tudo ocorre como se tirássemos a luva de uma das mãos pelo avesso.

A troca pode ocorrer de uma a cinco vezes ao ano, levando em consideração a idade do bicho (quanto mais velho, menos trocas são necessárias, uma vez que já atingiu seu tamanho máximo) e questões como a saúde do animal. Entre as condições físicas necessárias para realizar o processo há preocupação quanto à umidade correta, sendo que a secura não permite a mudança. Toda a movimentação contínua pode levar tempos distintos (um a 15 minutos, por exemplo), muito por conta do tamanho do material a ser deixado para trás. 

Ao nascer, uma cobra leva apenas alguns dias para realizar sua primeira alteração de escama, marcando o fim da reserva de alimento que existia em seu corpo recém-nascido. Já as com idade avançada realizam o processo em poucas oportunidades pontuais – às vezes até uma vez por temporada.

Caso a troca ocorra de maneira completa, sem quebrar, quer dizer que a serpente está 100% saudável. É possível que a ação aconteça ‘quebrada’ em vários pedaços, revelando que alguma coisa não está bem no organismo do animal em questão. Há muita atenção para esse tipo de fragilidade para quem possui o bicho em casa e nos cativeiros que as crie. Caso alguém deseje ter uma cobra como pet em sua residência, é necessário adquiri-la em criatórios legalizados e realizar consultas regulares ao veterinário, além de montar ambiente climatizado de maneira especial para que possa viver adequadamente.

Pergunta de Lucas Lopes Alexandrino da Silva, 9 anos, de São Caetano. 

Consultoria de Giuseppe Puorto, biólogo e diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan, de São Paulo. 




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