É de assustar o número de vítimas fatais computado nas estradas que cortam o Grande ABC nos primeiros quatro meses de 2018. Nada menos do que 25 pessoas perderam a vida, sendo 21 no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) e outras quatro nos trechos Sul e Leste do Rodoanel Mário Covas. A quantidade de óbitos é semelhante à do período em 2017 – 27 – e evidencia a falta de conscientização dos motoristas e que ainda há muito a ser feito pelas autoridades para reduzir os casos. Afinal, foram 1.954 acidentes em 120 dias, ou 16 ao dia.

A Ecovias – administradora do SAI – e a SPMar – responsável pelo Rodoanel – revelam ações de educação para o trânsito, além de investimento em infraestrutura e dispositivos de segurança. Há de se registrar também que as autoridades responsáveis têm estabelecido punições mais severas aos condutores e ainda penalizado os pedestres que não seguem as normas.

O Maio Amarelo, programa internacional que visa chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito, merece todos os créditos. As Prefeituras intensificam neste mês atividades voltadas a conscientizar crianças e pedestres sobre como prevenir acidentes e evitar vítimas fatais, como detalhado no Diário.

As ações, no entanto, devem se estender aos outros 11 meses do ano, como destaca o diretor do departamento de medicina de tráfego da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Dirceu Rodrigues Alves Júnior, que cobra mais fiscalizações nas vias e aumento do número de agentes envolvidos.

O consultor de engenharia de tráfego Paulo Bacaltchuck pede campanhas mais agressivas nos meios de comunicação, construção de mais passarelas nas rodovias e mais vistorias na frota de caminhões e ônibus.

É evidente que as sugestões acima são essenciais para que se possa tentar reduzir o índice de mortes no trânsito. Mas cabe, principalmente, ao cidadão o respeito às normas e a conscientização dos riscos que corre ao não segui-las. Isso pode significar a diferença entre a vida e a morte.