A Fifa vem agindo com "uma clara falta de consulta e transparência", afirmou Lars-Christer Olsson, o CEO das Ligas Europeias, nesta quinta-feira, após a reunião do conselho de seu grupo de 32 membros.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, pressiona desde março pela aprovação nas próximas semanas das propostas no Conselho da Fifa para que o Mundial de Clubes passe a ser disputado por 24 times a cada quatro anos, além da criação de uma Liga das Nações bienal para todas as seleções nacionais. O acordo de 12 anos com um consórcio liderado por japoneses e apoiado pela Arábia Saudita começaria a valer em 2021, sendo que este grupo seria o organizador dos torneios.
Anteriormente, Olsson havia criticado a Fifa pela proposta de antecipar a expansão da Copa do Mundo para 48 seleções já para a edição de 2022. E essas novas propostas da Fifa exigiram que as datas de fim de semana das ligas europeias fossem utilizadas pelas suas competições.
Olsson também disse que a elevação da premiação do Mundial de Clubes poderia "aumentar o fosso financeiro e esportivo" entre os clubes que jogam as suas ligas. E acordo com a Fifa, mais de US$ 2 bilhões (mais de R$ 7 bilhões) seriam divididos entre os 24 clubes, incluindo 12 da Europa. Isso iria "destruir ainda mais o equilíbrio competitivo em competições domésticas", disse o dirigente sueco.
Em 16 de maio, o conselho de estratégia da Uefa, que inclui membros de federações, clubes, ligas e do sindicato de jogadores, se reunirá em Lyon, na França, durante o período de consulta da entidade mundial. As ligas pediram que os dirigentes se "oponham firmemente e juntos, parando essa iniciativa unilateral da Fifa".
A proposta de pagamento de US$ 25 bilhões à Fifa expira em meados de maio. A Fifa se recusou a identificar completamente os investidores citando um acordo de confidencialidade. "Este processo me lembra o modo como a antiga Fifa atuava, o que eu achei que tinha sido deixado para trás", disse Olsson, que foi secretário-geral da Uefa e atuou ao lado de Infantino na entidade.
A Europa é considerada o principal obstáculo entre as seis confederações continentais às propostas da Fifa. A Uefa vê ameaças ao apelo mundial e aos valores envolvidos na sua Liga dos Campeões com a criação desses torneios.
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