- Eu fiquei muito palpada na história dela querer engravidar, da relação dela com o marido, de querer ter um filho e não conseguir. É uma história que é um fragmento, ou seja, que não tem nenhuma construção de pai, mãe, gêmeos. É realmente aquele momento, aquela circunstância, aquele desejo dela de ter um filho e não conseguir convencer o marido a encontrar o tempo certo. E também a profissão. Eram os meus dois focos, revelou na coletiva de imprensa do longa.
Marjorie também contou como se preparou para viver esta personagem intensa.
- Trabalhei muito essa persona dentro de mim, de como eu poderia manifestar neste fetiche sadomasoquista. Fizemos muitos exercícios, muitas improvisações dentro deste universo do sadomasoquismo e no universo da relação dela com o marido, do desejo de ser mãe. Foi bem interessante. Quando eu falo sadomasoquismo, acabei tendo a oportunidade de pesquisar a respeito. E abre-se um mundo sobre a sexualidade, a liberdade, o fetiche. O sadomasoquismo é bastante criticado, então através dessa pesquisa fui me aproximando. Vi muitos vídeos, depoimentos, eu li. E vai desmistificando este estereótipo do sadomasoquismo.
A artista, inclusive, disse que adorou mergulhar neste universo - e até revelou a sua própria interpretação sobre o tema.
- Eu vi uma entrevista do Foucault [filósofo] falando sobre isso e um termo que ele usou, que eu achei muito interessante, foi a dessexualização do sexo. Que eu interpreto como sendo retirar do órgão sexual, necessariamente, o órgão sexual. O sadomasoquismo é a erotização do poder, né.
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