Economia Titulo Varejo
Coop investirá R$ 90 milhões na região até o fim de 2018

Aporte inclui inauguração de nove drogarias, um supermercado e um posto de combustível

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
06/04/2018 | 07:20
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Diário do Grande ABC


A Coop – Cooperativa de Consumo irá investir R$ 90 milhões no Grande ABC até o fim do ano. Dentre as inaugurações estão nove drogarias (até o momento, foram definidos os endereços de uma em São Caetano e uma em Santo André), um supermercado em Santo André (cujo terreno ainda está sendo negociado) e um posto de combustível na mesma cidade (que está em processo de aprovação pela Prefeitura desde 2009). Ao todo, incluindo aportes para o Interior do Estado, o investimento será de R$ 94 milhões. Com isso, é esperado crescimento nominal de 8% nas vendas deste ano.

Segundo Marcio Valle, presidente da Coop, além das novidades, sete lojas serão reformadas no decorrer do ano. No entanto, a grande aposta é nas drogarias. “A drogaria é mais rentável, pois conseguimos ser mais competitivos e ter preços menores do que o comércio on-line. Somos o ‘atacarejo’ das drogarias. Já os mercados sofrem mais com a concorrência, principalmente após a pulverização do setor na década de 1990.” Ele conta que o consumidor costuma comprar produtos específicos na farmácia, além de medicamentos, como fraldas, xampus, sabonetes e leite em pó. Então eles são mais agressivos nos preços desses itens nesses estabelecimentos.

Para ser ter ideia, hoje a cooperativa possui 45 drogarias, ante 31 supermercados. Valle explica que isso se deve ao fato de todas as lojas terem suas farmácias, além das de rua.

Das nove drogarias de rua anunciadas, uma delas ocupará espaço na esquina da Av. Dom Pedro II com a Rua das Bandeiras, onde ficava o Magazine 25 de Março. Existe a expectativa, inclusive, de que ela seja 24 horas, devido à localização, e para fazer frente à concorrência daquele quadrilátero do bairro Jardim. A de São Caetano ficará na Rua Visconde de Inhaúma.

Quanto ao posto de combustível, a Coop aguarda solucionar questões documentais, como alvarás, para pôr fim à espera de nove anos e inaugurá-lo no bairro andreense Capuava.

A cooperativa ainda não estima a geração de emprego com as inaugurações.

TENDÊNCIA - No ano passado, houve oito inaugurações de supermercados na região, sendo apenas uma no modelo tradicional – justamente da Coop, em São Bernardo. Ainda que a expansão dos atacarejos (mescla de atacado com varejo que lança mão do autosserviço com menor variedade de marcas, preço mais baixo e venda sem sacolinhas) seja exponencial, já que o modelo ganhou bastante espaço durante o auge da crise, Valle avalia que há espaço para os dois tipos de negócio. “Os varejistas conquistam mais o consumidor na parte de perecíveis, como açougue e hortifrúti, enquanto que o atacarejo atrai os que procuram descontos na compra em maior quantidade e de itens que possam ser estocados”, justifica.

“Na crise, parte dos clientes foi para o atacarejo, mas a tendência é que, conforme a economia seja retomada, uma parcela dos que migraram retorne ao modelo tradicional”, explica o presidente da Coop. Ele afirma que, no momento, não há interesse em investir no atacarejo. “Não precisamos ser os melhores em tudo, mas, no que escolhemos, precisamos ser os melhores”, afirma. Ele revela também que a cooperativa irá analisar o comportamento da tendência ao longo deste ano e que irá avaliar seu lançamento neste segmento. “Mas, se isso ocorrer, será fora do Grande ABC. Aqui já há muitas opções neste modelo.”

BALANÇO - No ano passado, a Coop investiu R$ 64,5 milhões nas sete cidades, incluindo revitalização de sete lojas e inauguração de cinco drogarias, além de dois supermercados. Já o faturamento bruto de 2017 foi de R$ 2,2 milhões. “Os resultados foram melhores do que em 2016, mas ainda estamos longe de atingir os mesmos patamares de anos anteriores à crise”, pondera Valle.

Conforme publicado pelo Diário em março, a cooperativa perdeu uma posição no ranking Abras (Associação Brasileira de Supermercadistas), passando de 14ª para 15ª colocada – mesma posição de 2015. Valle avalia que o ano foi difícil para todo o setor. “A deflação dos alimentos, próximo de 1,8%, é favorável para quem consome, porém, pressiona para baixo o faturamento dos supermercadistas”, justifica. “Isso atinge todo mundo, mas algumas redes conseguiram crescer mais.”

(Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)
 




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