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MEC congela abertura de vagas de Medicina

Medida não deverá afetar situação no Grande ABC, onde são ofertados 395 postos em três instituições

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
06/04/2018 | 07:00
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 A decisão do Ministério da Educação em congelar as vagas de Medicina no País no prazo de cinco anos, anunciada ontem, não deverá ter impacto na região. Atualmente, três instituições de Ensino Superior oferecem o curso no Grande ABC: USCS (Universidade Municipal de São Caetano), FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e Uninove (Universidade Nove de Julho) em São Bernardo e Mauá, totalizando 395 vagas.

Conforme o ministro da Educação, Mendonça Filho, além da suspensão da abertura de novos cursos, aqueles que já estão em andamento também estão proibidos de aumentar o número de vagas. Mesmo instituições estaduais e municipais, que, pela regra atual, têm autonomia para criação de vagas, ficarão sujeitas às regras de suspensão, previstas para serem publicadas no Diário Oficial da União hoje.

O ministro classificou a medida como espécie de “freio de arrumação” do setor. Repetindo discurso feito por associações médicas, que desde a Lei do Mais Médicos lutam contra a ampliação de vagas na área, Mendonça afirmou que em 15 anos o número de escolas de Medicina dobrou no País. “Essa é uma parada necessária para assegurar que todos os cursos tenham a qualidade necessária”, disse.

Embora considerada insuficiente para resolver o problema da qualidade da formação médica no País, o decreto é visto como necessário pelo gestor do curso de Medicina da USCS na Capital, José Lúcio Martins Machado. “Trata-se de medida que deveria ter sido tomada há bastante tempo, no entanto, deveriam pensar em atender às propostas dos conselhos de Medicina e criar exames de avaliação ao fim da graduação, como acontece nos países desenvolvidos.”

Já a coordenadora do curso de Medicina da FMABC, Priscila Bogar, considera que o prazo de cinco anos deve ser utilizado para avaliar as instituições e cursos já existentes. “Não adianta ter número alto de vagas, faculdade boa e não ter campo de prática para esses alunos aprenderem. Também é preciso levar esses médicos para cidades menores, tendo em vista que estão concentrados nos grandes centros.”

Mendonça anunciou ainda a criação de grupo de trabalho encarregado de fazer a avaliação de escolas que atualmente estão em funcionamento. A comissão será integrada por representantes do ministério, entidades médicas e professores. “Nosso zelo é com a formação do médico. Ele não é um profissional como outro qualquer. Um profissional malformado compromete vidas humanas”, afirmou.

 

 




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