A fuga de indústrias do Grande ABC foi tema recente deste Diário. Em reportagem que mostrou a redução de 58% no número de empresas de grande porte desde o fim dos anos 1980 e também a queda de 48% no total de empregados no segmento neste mesmo período. Cenário preocupante e gerado por série de questões, entre elas a automatização, abertura da economia, juros elevados, concorrência fiscal com outras cidades ou Estados e até a pressão sindical.
Diante de tal situação, o ressurgimento de moinho em Santo André por meio de arrendamento por três décadas, com a possibilidade real da criação de cerca de 200 postos diretos de trabalho e outros tantos indiretos, é notícia alvissareira e que merece ser comemorada. Principalmente por tal empreendimento dar vida a espaço fabril que enfrenta, desde 2006, processo de recuperação judicial.
Interessante é constatar que grupo argentino voltou os olhos ao moinho pelos mesmos motivos históricos que em tempos passados contribuíram para o crescimento e desenvolvimento da região. Entre eles a proximidade com a estrada de ferro e com rodovias, o que facilita o escoamento da produção por trem ou caminhões, além de estar perto da Capital.
O renascimento da empresa também marca a retomada de atividade industrial na Avenida dos Estados, uma das vias mais importantes para toda a região e que constantemente é tema de reportagens deste jornal, sempre mostrando mazelas a serem corrigidas e que agora, finalmente, é referência de boas-novas.
Anima também saber que o grupo empresarial responsável pela operação tem planos grandiosos para o velho prédio, pois pretende abastecer toda a região Sudeste com produtos beneficiados na unidade andreense. Que venham outros e que os sete municípios sejam redescobertos por aqueles que têm interesse em empreender, investir, produzir e gerar riquezas. E que as prefeituras se esforcem no sentido de mostrar as potencialidades locais. É preciso buscar parceiros e gerar empregos para girar a economia.
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