Diarinho Titulo Trânsito
Entre pedestres e veículos nas ruas

Aprendizado desde cedo faz com que crianças comecem a apresentar melhor consciência urbana

Luís Felipe Soares
Diário do Grande ABC
28/01/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O trânsito serve para reunir diferentes pessoas e grupos sociais. Por meio dele, os cidadãos se locomovem e realizam suas atividades do cotidiano. É importante lembrar que não são somente os motoristas que utilizam as vias, abertas sempre para receber motociclistas, ciclistas e pedestres. Todo esse ambiente acaba por ser peça central na relação da sociedade, com direitos e deveres para todas as pessoas, seja qual for seu papel.

A mobilidade urbana é agitada 24 horas por dia, tendo diversas leis para garantir que a movimentação das pessoas – em veículos ou não – ocorra de maneira segura e eficaz. São essas as ideias por trás do atual Código de Trânsito Brasileiro, que completou 20 anos na segunda-feira. O conjunto de normas foi reformulado a partir de 1998 por causa dos altos índices de acidentes no País até então. Mesmo com as mudanças, o Brasil ainda aparece no inadequado quinto lugar no ranking mundial de mortes no trânsito, atrás de Índia, China, Estados Unidos e Rússia, em pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde.

MAIOR CONSCIÊNCIA - Os adultos são considerados aptos para seguir de maneira livre pelas ruas e as crianças precisam aprender desde cedo como pensar e se comportar por aí. Não existem aulas específicas nas escolas que ensinam sobre o universo do trânsito, mas pequenos aprendizados aparecem no meio de exercícios e atividades comuns, como calcular o tempo de viagem do carro da família até certa cidade levando em conta a existência de um limite de velocidade na estrada.

As dificuldades e complicações fazem com que o trânsito tenha fama ruim. Lógico que ficar parado dentro do carro ou de um ônibus durante muito tempo não é divertido, mas esse ambiente é maior do que as longas filas formadas nos ‘horários de pico’. Até mesmo a presença dos agentes de trânsito nas vias gera resmungos em motoristas. Eles tem a missão fiscalizar, orientar e pregar a cidadania com ajuda das leis, com punição em multas em certos casos. O aprendizado das crianças aparece como meio para que não exista mais espécie de cultura de medo sobre as punições. Hoje e no futuro, deve existir consciência de que é preciso respeito e maior preocupação com a vida de todos.  

Mês temático alerta para atenção nas vias e estradas com atividades

Os altos índices de mortes e feridos em acidentes no trânsito em todo mundo devem servir de exemplo para que as pessoas estejam sempre alertas nas ruas e estradas. Segundo levantamento realizado pelo Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, 241 pessoas não sobreviveram a complicações em vias espalhadas pelo Grande ABC no ano passado – com aumento de 15,76% em relação a 2016 (203 mortos). Detalhe que o número também leva em conta pedestres como vítimas. Na Capital, o total de óbitos sobe para 883 na temporada passada, com a quantidade chegando a 5.645 em todo o Estado de São Paulo. 

Para chamar a atenção de todos, foi desenvolvido o Maio Amarelo, com série de ações pensadas para debater a importância da segurança viária durante a data inspira o nome. O símbolo é um laço na cor amarela, com o convite para que as pessoas usem o item no detalhe do vestuário para demonstrar apoio à causa. Criado em 2014, o projeto está presente em 27 países, incluindo o Brasil. As sete cidades da região também abraçam a ideia com várias ações, casos de distribuição de materiais educativos, exibição de faixas informativas e palestras temáticas.

Neste ano, a quinta edição do Maio Amarelo terá o tema Nós Somos o Trânsito, com atividades iniciadas em 26 de abril, chamando para a consciência sobre o assunto durante os 31 dias de maio e pelo restante do ano. A ideia é que a discussão nunca pare.

Espaços explicam direitos e deveres

Áreas temáticas no Grande ABC ajudam no aprendizado de pequenos estudantes sobre direitos, deveres e cuidados no meio da mobilidade urbana. São ações que têm objetivo de ajudar todos a crescerem como cidadãos mais espertos sobre a atenção necessária nas vias públicas.

A Sabina Escola Parque do Conhecimento (Rua Juquiá. Tel.: 4422-2000), em Santo André, retrata a cidade de tamanho reduzido. A ideia do Espaço Vivencial de Mobilidade é fazer com que as crianças possam ter experiência em passeio para ensinar como ter comportamento seguro no trânsito. O local foi reaberto em maio e sempre conta com estudantes do município em excursões diferenciadas, além de receber jovens de toda a região.

Os ingressos para a Sabina custam entre R$ 10 (meia) e R$ 20. Hoje, a escola parque fica aberta das 9h30 às 17h30, com atendimento de férias seguindo até quarta-feira. Mais informações estão no site da Prefeitura (www2.santoandre.sp.gov.br).

Em São Bernardo, o Centro de Reflexão de Trânsito (Rua Humberto Luis Gastaldo, 40. Tel.: 4126-2900) também promove ações educativas para as crianças. Questões como regras básicas de trânsito, reconhecimento de equipamentos e o entendimento de sinalizações, casos de semáforos e faixas de pedestre, são tratadas durante o passeio.

O complexo, reativado em agosto, recebe alunos do Ensino Infantil e Fundamental das escolas municipais e particulares. Durante as férias é necessário pré-agendamento para grupos acima de dez pessoas, com visitas de manhã e de tarde, de segunda a sexta. Tudo funciona para que, desce cedo, se aprenda sobre a existência pacífica entre motoristas e pedestres.

Consultoria de Paulo de Souza Kanaan, professor de direitos do trânsito, normas gerais de circulação e conduta e segurança no trânsito do Grupo CEAT, de São Paulo.




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