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Ausente, Rautenberg mantém estrutura na Câmara andreense

Afastado desde agosto, vereador tem renovado sucessivamente suas licenças, além de contabilizar apadrinhados no gabinete

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/01/2018 | 07:48
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Denis Maciel 20/8/15


Mesmo ausente da Câmara de Santo André há praticamente seis meses, o vereador Roberto Rautenberg (PRB) mantém sua estrutura no gabinete do suplente Jorge Kina (PSB), político ligado à comunidade japonesa e que ocupa a sua vaga, a princípio de forma provisória, no Legislativo. O parlamentar está afastado por motivos particulares – voltou atenção à rede de academias esportivas, com cerca de 20 unidades pelo País – desde o dia 8 de agosto, renovando a licença de 60 dias corridos em outras duas oportunidades (outubro e dezembro), mas faz questão de preservar seus funcionários apadrinhados na relação de servidores de Kina – são oito indicações dos dez assessores possíveis.

Mais lembrado nas urnas do município no processo eleitoral de 2016, Rautenberg obteve 7.863 votos, apostando em campanha direcionada à proteção animal. Por conta de brechas na legislação, com texto subjetivo e superficial, não existe especificação determinada quanto ao número mínimo de licenças do mandato na Câmara. Isso tendo em conta que o afastamento, no caso, se dá sem remuneração – os vencimentos de parlamentar na cidade são de R$ 15.031 mensais. Embora de certa maneira beneficiado pela condição, Kina, ex-integrante do governo Paulo Serra (PSDB), tem reclamado, nos bastidores, sobre a situação incômoda, que o limita de imprimir sua marca na legislatura.

A principal crítica interna do suplente, além da falta de autonomia para nomear seus próprios auxiliares, conforme relatos de pessoas próximas ao socialista, se dá pela ausência de comunicação de Rautenberg. O republicano não o procura para falar sobre temas relativos ao trabalho, cargos comissionados a que tem direito ou sobre possível retorno para o Legislativo. Preocupado com o ramo empresarial, Rautenberg cogita renunciar ao posto de vereador, ao qual foi eleito para exercer pela segunda vez consecutiva. Recentemente, ele saiu de grupo de WhatsApp reservado dos parlamentares andreenses e finalizou: ‘Tchau, política’, sem, no entanto, detalhar sobre o provável abandono do mandato.

Rautenberg foi eleito nos dois últimos pleitos municipais (2012 e 2016) na coligação do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB). Em 2014, conquistou 42 mil votos na disputa por assento na Câmara Federal, insuficientes para garantir espaço. Especulações dão conta de que ele esteja morando, no momento, fora de Santo André, devido à implantação de mais uma unidade da academia em outro Estado. Há informações de que ameaças de correligionários poderiam levá-lo a acelerar a saída do cenário, porém que ainda existe desejo de breve retorno à cadeira de vereador para ajudar aliado na empreitada de outubro. E que, após essa colaboração eleitoral, efetivaria seu desligamento definitivo.

O republicano coleciona polêmicas na Casa. O Diário publicou reportagem no ano passado, por exemplo, que mostrava que Rautenberg lidera ranking regional de ausências em votações de projetos do Executivo – ele não computou seu crivo em 13 de 19 apreciações de matérias encaminhadas pelo governo. Em outro episódio, o Ministério Público investiga denúncia de série de possíveis irregularidades dentro do gabinete, desde funcionários fantasmas a nepotismo.

Rautenberg não respondeu os contatos da equipe do Diário para falar sobre o assunto. 




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