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O bairro da Pedreira começa a ganhar um livro
Por Ademir Medici
16/01/2018 | 07:00
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 Existiram três tipos de bondinhos que serviram ao bairro da Pedreira, em Rio Grande da Serra. Os dois primeiros não tinham vidros nas janelas. Um terceiro, fotografado em 1958, tinha vidro na janela e funcionava com motor de caminhão.

Foram seus condutores, ao longo de 40 anos de história: Maximiliano Guariento, Francisco Trugilo Delgado, Adolfo Pinheiro, João da Silva, Oliveira Prado e José Lopes de Oliveira.

José Lopes foi o último condutor. Fez as derradeiras viagens em 1972, quando o bondinho parou de funcionar. O bondinho foi substituído por ônibus, o que gerou um mal-estar, pois o novo meio de transporte não era subsidiado pela prefeitura.

Cf. Joel Maziero, pesquisador

Para participar como expositor do 14º Congresso de História do Grande ABC, Joel Maziero, da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires, idealizou uma monografia ilustrada sobre a história da pedreira e do bairro da Pedreira de Rio Grande da Serra.

São subsídios importantes, com 12 tópicos: das origens da pedreira ao bairro formado em torno dela, hoje um dos mais antigos do Grande ABC, caminhando para ser centenário.

As fotos que Joel Maziero reuniu são maravilhosas. Várias retratam o bondinho da pedreira em plena atividade. Uma das fotos possui negativo em vidro. E são narradas duas mortes ocorridas em acidentes durante viagens do bondinho.

Dois capítulos são particularmente fascinantes: o da fauna e o da flora. Maziero relaciona e ilustra exemplares encontrados no que chama de mata exuberante em torno da pedreira. Alguns casos: da fauna, onça parda, jaguatirica, veado, macaco; da flora, cedro, guatambu, manacá da serra e pelo menos dois tipos de maracujá.

Praticamente às vésperas do início do congresso, Joel Maziero recebeu um e-mail com entrevista de Oliveira Prado, um dos condutores do bondinho.

Quando forem publicados os anais do 14º Congresso de História do Grande ABC, seria importante publicar a íntegra da monografia de Joel Maziero, que completaria o seu depoimento gravado durante a exposição. Mais ainda: Rio Grande da Serra ganhará um belo livro, se Joel Maziero prosseguir na sua pesquisa.

Notícias

Depoimento: Oliveira Prado, de Joanópolis (*)

A pedreira de Rio Grande da Serra funcionou entre 1927 e 1970. Surgiu por iniciativa de uma companhia inglesa, que manteve contrato com a Prefeitura de São Paulo para a extração de pedras.

Entre os primeiros funcionários estavam Francisco Trugilo Delgado, Antonio Lucas e membros das famílias Belo, Toledo, Guariento e Cascardi.

Extraiam-se 700 metros cúbicos de pedras por dia, com o produto sendo despachado de trem para o depósito da Prefeitura de São Paulo, na Capital.

O bairro da Pedreira possuía clube, com time de futebol e estádio com refletores para jogos noturnos. O time recebia para jogos quadros de Santos, Cubatão, Alto da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, Santo André. Quando jogava fora, o time da Pedreira alugava um vagão de passageiros para o transporte de jogadores, dirigentes e torcedores. A propósito, o trem teve papel importante na popularização do futebol interior afora.

Havia bailes no clube Pedreira e sessões de cinema. Uma igreja foi construída, na segunda metade da década de 1940, por iniciativa de moradores como Renato Delgado e o Sr. Gumercindo, dedicada a Nossa Senhora das Graças.

O condutor Oliveira Prado protagonizou o primeiro casamento no bairro da Pedreira. Tinha 19 anos ao se casar com Maria de Lurdes Belo, de 17. Era ele que buscava os rolos de fitas com filmes para exibição no clube.

(*) Dados compilados por Hiris Alves e

enviados a Joel Maziero por Juliana Prado, via e-mail, em outubro de 1917.

Diário há 30 anos

Sábado, 16 de janeiro de 1988 – ano 30, edição 6651

MANCHETE – Mandato é caso encerrado, diz Sarney; o presidente da República adianta que o seu mandato será de cinco anos, e não quatro.

AUTOMOBILISMO – A emoção de descer de moto até Santos. Reportagem de André Gomide, com fotos de Alberto Murayama e ilustrações de Adelmo.

A reportagem cobre uma aventura do tipo trilha de Riacho Grande a Santos. A descida, depois das balsas, é feita pelos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana.

Nas constantes paradas para descanso é apreciada a paisagem do vale onde nasce o Rio Cubatão.

MEMÓRIA – Em 21 de agosto de 1942 a GM dava entrada na Prefeitura de Santo André da documentação necessária à construção de sua nova portaria. A estrutura é a mesma que aparece nos anúncios de venda de veículos da montadora, com projeto de Rangel Christoffel & Olavo Caiuby.

Em 16 de janeiro de...

1918 – Câmara Municipal de São Bernardo reelege sua mesa diretora: José Luiz Flaquer, sempre chamado de senador Flaquer, presidente; Godofredo da Camara Genofre, vice-presidente; Saladino Cardoso Franco, prefeito; Antonio Joaquim de Lima, vice-prefeito; Serafim Constantino, secretário.

A guerra. Do noticiário do Estadão: prisão dos diplomatas romenos em Petrogrado.

1948 – Fundada a primeira agência da Caixa Econômica Federal na região, em Santo André.

Hoje

Dia do cortador de cana-de-açúcar. Ou Dia do Boia Fria.

Santos do Dia

Os franciscanos Berardo, Vital, Pedro, Acúrsio, Adjuto e Oto. Italianos. Pregaram o Evangelho na Espanha e Marrocos. Foram decapitados em 1226.

Marcelo I, papa e mártir. Faleceu em Roma em 209.

Priscila.

Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários em 16 de janeiro:

Em Goiás, Alto Horizonte, Castelândia, Jesúpolis, Nova Iguaçu de Goiás, Panamá e Professor Jamil

Em Minas Gerais, São Gonçalo do Pará

No Espírito Santo, Vila Pavão

Fonte: IBGE




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