Meirelles afirmou que a Standard & Poor's (S&P), responsável pelo corte anunciado na noite de quinta-feira, fez uma série de avaliações e levou em conta a Previdência como um dos aspectos para sua decisão. De acordo com Meirelles, o Brasil tem um histórico positivo de aprovações de medidas de ajustes.
O ministro disse ainda que as agências de rating têm pesos diferentes e afirmou que não discute as avaliações feitas. "Eles fazem o trabalho deles, nós fazemos nosso trabalho", afirmou. Meirelles disse que não solicitou à S&P nenhum tipo de ação - seja para não promover o corte, seja para efetuar o downgrade o quanto antes, para evitar interferências na campanha eleitoral. "Não, eu não solicito nada. Eles fazem a avaliação deles, eles são independentes. Eles não podem atender ninguém", disse o ministro. "É um movimento técnico importante, que levamos a sério. Há décadas lido com agências e tenho relação boa com elas. Temos relações excelentes com diretores e analistas da agência."
Durante a coletiva, Meirelles afirmou ainda que não se deve transformar o movimento técnico da S&P em evento político. E que as medidas fiscais fundamentais para o País serão aprovadas.
Questionado sobre comentários, feitos por parlamentares, de que o risco que importa é o político - e não o das agências de rating -, Meirelles disse que a preocupação eleitoral dos parlamentares "é absolutamente legítima". "Eles representam seus Estados, sua região. Seria extravagante não estarem preocupados com a opinião de seus eleitores", afirmou. "É importante que todos considerem quem importa em última análise, o cidadão brasileiro."
Em sua fala, Meirelles também ressaltou a reação contida dos ativos nesta sexta, após o rebaixamento do País pela S&P. "Os preços hoje (sexta) se mantiveram estáveis e há confiança na aprovação das reformas", disse. "Estamos na direção certa. E vamos aguardar. Mas tenho certeza de que o País vai ver o próximo ano-novo numa condição muito melhor."
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