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Hospitais matam mais que rodovias
Do Diário do Grande ABC
17/12/2017 | 10:00
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Artigo

O trânsito brasileiro, com rodovias em péssimas condições de conservação, aliado à imprudência dos motoristas e à idade avançada da frota brasileira (32% dos automóveis têm mais de dez anos de fabricação, a maioria sem a manutenção adequada), é o que mais mata no mundo. Chegamos ao recorde mundial de 65 mil mortes no ano de 2011. Esses números foram mitigados, em parte pelo advento da Lei Seca, e chegam atualmente a 42 mil óbitos anuais, número ainda assim assustador. Embora tais dados sejam impressionantes, se apequenam quando comparados com as mortes decorrentes de ‘condições adquiridas secundárias à assistência’, os chamados ‘eventos adversos’ nos hospitais brasileiros. Tal fenômeno já é reconhecido como problema de Saúde pública pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Evento adverso ocorre quando o paciente tem o seu estado agravado ou vai a óbito por causa diferente daquela que causou sua internação, ou seja, por algum mal contraído ou desenvolvido dentro do próprio hospital ou em razão de seu tratamento. No ano de 2015, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, as operadoras gastaram mais de R$ 15 bilhões só para tratar eventos adversos.

Estima-se que 19% dos pacientes internados no Brasil sejam vítimas de algum evento adverso, desses, 6% vão a óbito. Ou seja, das 19 milhões de internações anuais, 3,6 milhões de pacientes sofrem algum evento adverso e 220 mil efetivamente morrem. Esse número representa 5,2 vezes todo o trânsito brasileiro e 3,6 vezes o número de mortes decorrentes da violência urbana. Estima-se que haja 110 mil mortes anuais no Brasil decorrentes da infecção hospitalar apenas. Em números crus, concluímos que 6.812 hospitais se envolvem no quíntuplo de óbitos que ocorrem com 85 milhões de automóveis em 1,76 milhão de quilômetros de rodovias malconservadas.

Recente estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, publicado no Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, aponta que a cada três minutos morrem cinco brasileiros vítimas de eventos adversos. Esse número fica atrás apenas das mortes causadas por doenças cardiorrelacionadas (349.652) e é superior às mortes provocadas pelo câncer (209.780).

No mundo todo ocorrem 42,7 milhões de eventos adversos nas 421 milhões de internações anuais. A Saúde está doente. Nossos hospitais são hoje, talvez, o ambiente mais inóspito em que o doente possa permanecer, e é só encarando esse problema que poderemos começar a mudar esse cenário.

Raul Canal é advogado, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética e autor das obras O Pensamento Jurisprudencial Brasileiro no Terceiro Milênio Sobre Erro Médico e Erro Médico e Judicialização da Medicina.

Palavra do leitor

Boas-Festas
O Diário recebe e retribui votos de Boas-Festas à Fundação Pró-Memória de São Caetano; Charly Farid Cury; Márcia Gallo; AD Comunicação & Marketing; Ana Davini; Furukawa Electric; Isabela Rodrigues; Roberto Carlos Lacerda; Márcia Magurno; Everton Luís Lacerda; Milka Lacerda; Hugo Henrique; Leonice Jesus Campos; Jaqueline Campos; Giba Marson e Marizete; Daiane Lacerda; Elaine Macario; e1.conceito – Fortalecimento Empresarial.

Indulto de Natal
Solicitamos a todos, principalmente a nossos governantes, que atentem para nossa Santo André, pois todos os anos temos inúmeras ocorrências. Fazem-se necessárias ondas ostensivas. Temos que inibir e garantir a segurança para todos. Prefeito Paulo Serra, por favor, essa solicitação o senhor tem que levar muito a sério e, como gosta de sempre estar em contato com a população por meio de vídeos, seria ideal tranquilizá-la.
Reginaldo Amaral dos Santos
Santo André

Barbárie
Lamentável o ‘maravilhoso espetáculo’ que foi mostrado para boa parte do planeta na final da Copa Sul-Americana na cidade do Rio de Janeiro (Esportes, dia 13). Portanto, cada vez que presenciamos barbaridade dessas é que sentimos a falta de dignidade na conduta de uma nação e que realmente as nossas autoridades levaram ao pé da letra o verso que está no nosso Hino Nacional que diz: ‘Deitado eternamente em berço esplêndido’. Pobre povo brasileiro, mais perdido que cego em tiroteio.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

2º Subdistrito
Em relação à restauração da ponte que dá acesso da Avenida dos Estados ao Viaduto Adib Chammas, em Santo André, todos os dias passo por ali e não vejo mais do que três pessoas no local. Haviam dito que ‘não tinha mais trabalhador porque estavam em horário de almoço’. Onde esse pessoal almoça? Será que é em Brasília? Ora, alguém está mentido! Nós, munícipes do 2º Subdistrito, somos tratados com descaso, por omissão da Prefeitura e do Semasa. Prefeito, olhe por nós, pois não aguentamos mais esse lenga-lenga, todo esse sofrimento e pessoas despreparadas para os devidos cargos. Chega de cotas de partidos! Vamos fazer do nosso município referência, colocando pessoas comprometidas com a cidade.
José Amâncio
Santo André

Natação
Os idosos aguardam resposta da Prefeitura de Santo André ao pedido de informações encaminhado no dia 12 de novembro referente ao retorno das aulas de natação no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia.
Márcia Lúcia
Santo André

Convênio
Registro reclamação contra o convênio médico NotreDame Intermédica devido ao péssimo atendimento na central telefônica e também à emissão de guias erradas, além de clínica de ortopedia em Mauá sem raios X. Tamanho descaso tem de ser alertado aos associados, pois, além de direito ao atendimento preferencial, mereço respeito. Não estou pedindo e sim pagando, portanto, exijo! Se não tem capacidade administrativa, fecha.
Edson Campelo
Santo André

Trump
Trump transferiu a embaixada norte-americana para Jerusalém, que é e sempre foi a capital israelense. Cumprindo, dessa forma, lei aprovada pelo Congresso do país em 1992, não respeitada por Clinton, Bush e Obama. Com isso, cumpriu também mais uma de suas promessas de campanha. Pelo ‘mimimi’ criado por aqui, Trump poderia muito bem aproveitar a onda e transferir o Muro das Lamentações para certa TV.
Vanderlei A. Retondo
Santo André 




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