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Nove anos após início no boxe, Rose Volante vai lutar pelo título mundial
17/12/2017 | 08:30
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ATENÇÃO sr. editor, esta retranca é para domingo

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Rose Volante começou no boxe aos 26 anos, no Clube Escola, em Pirituba, com a intenção apenas de perder peso. "Não gostava dos exercícios de academia, por isso escolhi o boxe", revelou a paulistana. Em um ano, o objetivo estava alcançado: a balança marcava 65 quilos, 40 a menos do que no início dos treinamentos. Aos 35 anos, após uma carreira de sucesso no amadorismo, "Queen Rose" pode se sagrar a primeira brasileira a ganhar um cinturão mundial das quatro entidades que dirigem a nobre arte no mundo.

O desafio será em San Salvador de Jujuy, na Argentina, diante de Brenda Karen Carvajal, de 26 anos, no próximo dia 22. Em jogo o cinturão peso leve (61,3 quilos) da Organização Mundial de Boxe. A brasileira é segunda colocada no ranking do Conselho Mundial de Boxe, mas não pensou duas vezes ao aceitar o confronto. "Eu estava treinando, mas não esperava essa chance. Não tem problema. Estou no peso, sem lesões e pronta para agarrar essa oportunidade única", disse a pugilista, que há dois meses mora em Santos, onde treina na academia do técnico Felipe Moledas.

Rose tem o amparo da empresa Memorial, que dá toda a estrutura para os treinos diários em dois períodos. Psicóloga e fisioterapeuta também fazem parte do staff da pugilista. "A Rose tem uma cabeça muito boa. É dedicada, determinada e inteligente", elogiou Moledas, referindo-se a sua lutadora, que abandonou os estudos na faculdade de Direito no quarto ano. "Vou terminar o curso, mas antes quero ganhar o título mundial."

Rose está invicta no profissional, com 11 vitórias, sendo seis nocautes. Tetracampeã dos Jogos Abertos do Interior e do Campeonato Paulista, três vezes campeã brasileira, campeã sul-americana no Chile, prata no Pan-Americano do Canadá, sétima no Mundial da China, campeã em um torneio europeu na França e reserva de Adriana Araújo nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, a brasileira não se incomoda com o duelo na "casa" da adversária. "Estou ansiosa para que a luta aconteça logo. Eu me sinto muito confiante, forte e preparada para fazer a melhor luta da minha vida."

Independentemente do resultado na Argentina, Rose poderá ter uma segunda oportunidade diante de Carvajal. "Se a luta for equilibrada, está no contrato que a vencedora dará uma revanche no Brasil", revelou Moledas.

E Rose garante que sabe todos os caminhos para alcançar a vitória. "Estudamos muito o estilo dela com a ajuda de vídeos. Ela gosta de boxear, então preciso quebrar este ritmo dela com muita ação no ataque. Precisarei imprimir um ritmo forte durante todo o tempo."

Quanto ao próprio estilo, Rose prefere não revelar o que mais gosta de fazer em cima do ringue. "Não tenho um golpe ou uma sequência preferidas. Vou ser agressiva desde o início. O golpe que entrar, entrou. E vai causar problemas para a minha adversária."

"A Rose sabe aplicar bem todos os golpes. Ela é muito calma, focada. Essa característica pode ser muito favorável. É muito provável que a argentina sinta muito mais a responsabilidade porlutar em casa", disse Moledas, que viaja junto com sua pupila na terça-feira.

INSPIRAÇÃO - Os 35 anos de idade não são um problema. Pelo contrário. Rose tem como inspiração Alicia Ashley, de 50 anos, que ainda está na ativa. Moradora no bairro do Brooklyn, em Nova York, a jamaicana foi campeã mundial cinco vezes (supergalo e pena). "A idade é só um número. O importante é se exercitar corretamente, se preservar e estar com a cabeça boa. Eu me sinto no melhor da forma e ainda acho que posso melhorar", afirmou.

Em época de férias da maioria das modalidades esportivas, Rose Volante terá a torcida de todos os brasileiros para colocar seu nome na história do boxe nacional. "Acho que meu Natal vai ser diferente."




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