Política Titulo Editorial
PIB e indústria automotiva
Do Diário do Grande ABC
15/12/2017 | 11:57
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Dados da produção de riqueza pelos municípios, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), comprovam o que já se imaginava: em 2015, o Grande ABC encolheu economicamente. O desastre encontra explicação no péssimo desempenho das indústrias naquele ano, especialmente o das companhias automotivas, que seguiam rapidamente rumo ao fundo do poço. Este Diário, como rápida consulta em nossos arquivos pode comprovar, fez vários alertas sobre a situação, defendendo a necessidade de se criar política para o setor recuperar o fôlego.

Os reiterados chamados para que os donos do poder em Brasília olhassem com atenção para o drama vivido pelo segmento produtivo, todavia, foram solenemente ignorados. A apatia da Capital Federal com os pleitos da região era resultado direto da crise política na qual o País fora mergulhado pela incapacidade administrativa, além das suspeitas de corrupção, do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), cujo processo de impeachment viria a ser aberto em dezembro daquele ano, para ser concluído em 31 de agosto de 2016, com a destituição da petista.

A relação entre a dificuldade do setor automotivo e a redução do PIB do Grande ABC, que caiu de R$ 118,2 bilhões em 2014 para R$ 112 bilhões no ano seguinte, fica evidente no caso de São Caetano, cidade que tem seu desenvolvimento econômico atrelado à General Motors e despencou da 52ª posição nacional à 63ª. Já Mauá, cuja maior parcela da riqueza vem do segmento químico, que passou ao largo da crise, subiu da 74ª à 69ª colocação.

Dois anos depois de viver seu pior momento, a indústria automotiva dá sinais de melhora e já respira sem aparelhos, mas está muito longe de deixar a UTI. Mais do que nunca é preciso que se crie política para o fortalecimento do setor, ao qual as cidades do Grande ABC devem o bem-estar de sua população. Caso nada seja feito, a tendência é que a região continue encolhendo e seja cada vez menos relevante na formação da riqueza nacional – o que será uma tragédia.




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