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Postura do BC garantiu combinação de juros e inflação em níveis baixos, diz Ilan
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13/12/2017 | 11:55
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Num balanço de fim de ano, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou nesta quarta-feira, 12, que a posição firme da instituição em não aceitar a elevação da meta de inflação para 2017 garantiu a combinação de juros e inflação em patamares baixos que a economia vive hoje. Segundo ele, quando a inflação estava em 9% em 2016 havia a pressão para que a meta de 4,5% fosse ajustada para cima.

"A firmeza do Banco Central na busca dessas metas e na política monetária no final do não passado de ser manter firme até que as expectativas de inflação não tivessem recuado. Foi essa postura que permitiu que houvesse a queda de inflação que estamos observando hoje", afirmou Ilan.

O presidente do BC destacou que as expectativas de inflação estão hoje bem ancoradas na meta. Ele fez questão de ressaltar que as expectativas de mercado para 2019 e 2020 estão "exatamente" na meta. Ilan manifestou confiança de que a inflação daqui para frente se manterá na trajetória das metas.

Para ele, a combinação de juros e inflação em queda é muito importante para a população porque está permitindo a recuperação da economia com o aumento do poder de compra das pessoas. "O BC foi capaz de reduzir a taxa de juros para menos 7% que é mínimo histórico", disse ele ao ressaltar que o ano de 2017 foi positivo para a economia.

Ele elencou os três fatores que embasaram a melhora da economia: a redução significativa da inflação, dos juros , a queda substancial da taxa de juros para níveis históricos e a recuperação da economia já disseminada após dois anos de recessão.

"Esse três fatores são extremamente relevantes para desvendar o ano que se passou", disse. Ilan lembrou que a inflação teimava em ficar muito alta em 2015 e 2016. E, mesmo ao longo de 2016 até agosto do ano passado, a inflação acumulada estava 9%, apesar da ociosidade da economia e da recessão.

O presidente do BC ponderou que, a partir do final do ano passado, passou a ocorrer uma queda muito substancial da inflação para 2,8%, que está sendo importante para a recuperação da economia porque tem permitido o aumento do consumo.

"Poderíamos ter várias teses de economia para explicar o por que de a inflação ter demorado tanto para cair até agosto de 2016 e depois ter apresentado uma queda muito rápida", ressaltou. Para ele, uma das razões , é que para a inflação é relevante o que vai acontecer no futuro. Para ele, contribuiu para esse movimento a mudança de direção da política econômica, menos intervencionismos e controle de preços e consolidação fiscal.

PIB

O presidente do Banco Central disse também que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve subir para 1%. Ele destacou que a previsão hoje da pesquisa Focus é de 0,9% para 2017 e de 2,6% para 2018.

Para ele, a redução das dívidas dos consumidores têm beneficiado a recuperação da economia. "A recuperação está em curso esse ano e no ano que vem", disse.

Ilan lembrou que, no final do ano passado, as expectativas de crescimento para 2017 eram de 0,5% e de 2,3% para 2018. "Reparem que estamos terminando o ano com quase o dobro", afirmou.

Reformas

Ilan Goldfajn fez um alerta contundente em defesa da aprovação da reforma da Previdência para a continuidade do cenário de juros e inflação baixos vividos hoje pelo País. Ele avisou que não é "prudente" considerar que o cenário externo atualmente favorável vá se perpetuar. Por isso, o presidente do BC reforçou o discurso da necessidade de aprovação das reformas que já estava presente na ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

"O cenário externo é algo que não está no nosso controle e que não devemos tomar como dado", ponderou. Segundo ele, a reforma da Previdência é fundamental para o equilíbrio da economia, que significa inflação e taxas de juros baixos e sustentáveis, permitindo a redução da taxa de juros estrutural do País.

Ele ressaltou que o ano foi muito "proveitoso" do ponto de vista econômico. "Cofiem em mim! Se eu achasse que não foi proveitoso e não diria. Estaria dizendo 'estamos a caminho, estamos avançando. Tivemos avanços consideráveis", afirmou .

O presidente do BC citou o aumento de 1,3 milhão de empregos em 2017. Para ele, houve avanços estruturais , com resultados ao longo do tempo de forma continua e benefícios no médio e longo prazos", afirmou.




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