Um dos mais antigos militantes do PSB de Diadema, o vereador Célio Boi, líder do governo Lauro Michels (PV) na Câmara, criticou a decisão do correligionário, o presidente da Casa, Marcos Michels, de oficializar que será candidato a deputado estadual no ano que vem.

Pré-candidato à Câmara Federal, Célio Boi questionou a dobrada amarrada por Marcos com o deputado federal Alex Manente (PPS). “Ele (Marcos) precipitou-se (ao anunciar a candidatura) e eu já falei isso a ele”, comentou o parlamentar, ao minimizar a parceria com o popular-socialista. “Não existe (a dobrada). Não foi decidida pelo partido. Ele (Marcos) é presidente do PSB, que tem um regime presidencialista, mas o partido não tem só presidente, tem militantes. Não tem dono do partido”, disparou o socialista, na quinta-feira, logo depois de participar de cerimônia surpresa em comemoração ao aniversário de Marcos Michels, no fim da sessão.

O Diário mostrou no dia 5 que, a contragosto do que planeja Lauro, o presidente da Câmara, seu primo, apertou as mãos de lideranças do PPS, como o próprio Alex, e do DEM, em espécie de oficialização da sua pré-candidatura. A decisão, porém, já resultou em contra-ataque do Paço, que tem se mobilizado para esvaziar o PSB (convidando-os para se filiarem ao PV), como forma de enfraquecer o grupo de apoio de Marcos. Nos bastidores, ventila-se que já é dada como certa a saída de Tatiane Ramos (PSB), mulher de Marcos, do comando da Secretaria de Educação.

O PSB de Diadema está na base aliada de Lauro desde meados de 2013. No pleito do ano passado, o partido integrou oficialmente o arco de alianças do projeto de Lauro à reeleição. Em manobra para amarrar o partido na aliança governista, Marcos trocou o PV pelo PSB, em intervenção do diretório (então comandado por Manoel José da Silva, o Adelson) e, em agosto, eleição interna na legenda efetivou o presidente do Legislativo como mandatário da legenda na cidade.

Lauro ainda trabalha no Paço e entre a bancada do PV na Câmara para escolher o vice-prefeito e chefe de Gabinete, Márcio da Farmácia (PV), como candidato oficial do governo à Assembleia Legislativa no ano que vem.