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Doar perucas é missão para elevar autoestima

Unidade móvel de ONG que atende pacientes em tratamento contra o câncer está em Sto.André

Ana Beatriz Moço
10/11/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Propagar uma corrente do bem é a missão da ONG (Organização Não Governamental) Cabelegria, que estará até as 17h de hoje no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, com o Banco de Perucas Móvel. O veículo, equipado com salão de beleza, circula por hospitais de cidades paulistas com objetivo de doar perucas para pacientes que fazem tratamento contra o câncer ou que sofram com doenças de perda de cabelo, além de receber doação de mechas de cabelo – no mínimo 20 cm – para confecção do acessório.

A ação chegou no município na segunda-feira e, em quatro dias, entregou 45 perucas e recebeu aproximadamente 200 mechas de doação. A fundadora da Cabelegria, Mariana Robrahn, disse animada que apenas nesta etapa estão no oitavo hospital, mas desde o início do ano já percorreram 20 unidades, a fim de ajudar a melhorar a autoestima dos pacientes. “Tudo começou em 2013, quando tive a vontade de doar cabelo, mas queria ir além. Quatro anos depois, consolidei um trabalho que me traz orgulho e gratidão. Espero que chegue um momento em que as pessoas não precisem mais de peruca, pois já teremos atendido a todos.”

Robrahn explica que aconselha as pacientes que, assim que curadas e com o cabelo natural crescido, devolvam as perucas para que a ONG possa higienizar e entregar a outras mulheres. “A intenção é que possamos sempre ajudar uma à outra e levar essa corrente do bem adiante, fortalecendo sempre laços de felicidade.”

Durante visita ao veículo, ontem, no estacionamento do hospital, a equipe do Diário presenciou cinco doações de perucas e quatro de mechas. Durante os 40 minutos que a equipe de reportagem permaneceu no local, o movimento intenso, inclusive de pessoas buscando informações, mostrou o sucesso da iniciativa.

Miriam Oliveira Leme da Silva, 40 anos, está com câncer no reto pela segunda vez. Após seis aplicações de quimioterapia, a sensação de estar careca (de novo) a incomodou. Além de ter ido buscar uma peruca “para ficar mais bonita e melhorar a autoestima”, sua filha Raissa, de apenas 8 anos, cortou o cabelo e doou na hora. “Gosto de doar, já é a segunda vez. Quero poder ajudar as crianças com câncer, assim como ajudam a minha mamãe. Fico muito feliz.” 

A professora Jacilda Barbosa Moura, 47, descobriu um câncer na mama esquerda há cinco meses, mas a notícia não a abalou. Animada, ela conta que foi buscar uma peruca “para ficar mais bonita” e mudar o visual. “Cabelo cresce de novo, isso é o de menos. Quando começou a cair o meu, raspei, assim mostro que quem está no comando aqui sou eu. O que tiver de fazer para me curar, vou fazer. Isso passa.”

Mensalmente, a Cabelegria recebe, em média, 3.000 mechas e doa aproximadamente 400 perucas.  




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