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Faça sol ou caia neve, Toronto, capital da província de Ontário, é repleta de arte, vida e gastronomia

Vinícius Castelli
02/11/2017 | 07:00
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Vinícius Castelli


Toronto abraça o visitante. Está sempre, faça sol ou caia neve, de braços abertos para receber as pessoas, não importa de onde venham. Maior cidade do Canadá, que acaba de completar 150 anos, e capital da província de Ontário, o local pulsa, vibra vida e pode oferecer diversas experiências, só depende de cada um querer aceitá-las.

Muito se fala de Nova York, Londres e tantos outros locais, mas fato é que Toronto guarda diversas maravilhas. E por falar em locomoção, a primeira e grande surpresa para quem resolve desbravar a cidade, que, aliás, convida as pessoas a estarem fora de casa, é o fato de ter todas as calçadas com acesso para cadeirantes. O respeito ao cidadão já começa por aí.

Toronto (www.seetorontonow.com.br) é destino que merece, ao menos, uma semana de estada. Seu maior cartão- postal é a CN Tower (www.cntower.ca). A torre de transmissão de TV é muito disputada entre os turistas e oferece vista imperdível de todo o município. Vale lembrar que do alto dos 181 andares, o chão é de vidro. Mas, bonito mesmo é ver a imensidão do Lago Ontário, que margeia a cidade e faz divisa com o Estado de Nova York, nos Estados Unidos. As Ilhas Toronto também são avistadas lá do alto – e podem ser visitadas de barco. A entrada, em média, para a torre custa R$ 95. Aproveite o Ripley’s, aquário (www.ripleyaquariums.com/canada), que fica colado à torre.

A cidade é uma mistura da Toronto antiga, com prédios muito bem conservados, como o da estação de trem Union Station – cuja construção data do início dos anos 1900 – com arranha-céus, que tomam cada vez mais conta do espaço. A diferença de Toronto para algumas cidades brasileiras é que tudo lá é planejado, mesmo no sentido crescente.

Toronto também respeita o verde. Não à tôa tem mais de 1.500 parques – e passa das 3 milhões de árvores. Esquilos são comuns por lá. Um parque que merece ser visitado é o Trinity Bellwoods, que fica na Queen Street West, rua que vale um dia inteiro para ser explorada pela sua concentração artística. Lá encontram-se galerias de arte, ateliês de costura, lojas de disco de vinil – há várias pela cidade – e todo tipo de assunto que for relacionado à arte.

Entre bairros como Little Italy e Chinatown, outra região que que merece ser degustada é a Kensigton Market (www.kensington-market.ca). Colonizada por judeus, é ilustrada por diversos pequenos restaurantes. Esqueça grandes marcas e fast-food. A Culinary Adventure Co. (www.culinaryadventureco.com) realiza tour guiado pelo local. Não deixe de experimentar as tortas de maçã da Wanda (www.wandaspieinthesky.com).

E esteja onde estiver, prove algo que tenha o famoso xarope de maple, feito a partir da maple tree, árvore cuja folha está estampada na bandeira canadense. Há de tudo feito com maple, desde cerveja a biscoitos. Vale ver ainda o mercado municipal St. Lawrence Market, que já foi penitenciária e sede da antiga prefeitura. Hoje, bancas comercializam diversos produtos canadenses. O prédio em si já vale a visita.

As luzes da cidade estão concentradas nas esquinas das ruas Dundas e Yonge. Lá há todo tipo de lojas, inclusive as de departamento. Para quem quiser casaco, calçados e perfumes, é o destino. Veja o Eaton Centre (www.cfshops.com/toronto-eaton-centre), shopping da cidade.

A melhor forma de ‘mergulhar’ em Toronto é a pé. Mas a cidade oferece leque de transporte público, com Metrô, bonde e ônibus. Uma ‘geral’ pode ser dada com o ônibus turístico (www.citysightseeingtoronto.com), que gira pelo local por duas horas. O passageiro pode descer em um dos pontos turísticos, pegar o próximo transporte depois de 30 minutos e seguir viagem.

Mas mesmo com tantas opções de passeio, Toronto tem algo muito peculiar e especial, e essa é a maior lição. Ela é plural, assim como todo o Canadá, que tem em sua população mais de 50% da pessoas vindas de outros países. Então, ao explorar a cidade, sinta-se como mais um deles, entre indianos, chineses, peruanos e, sim, canadenses. E não importa sua religião ou orientação sexual. Como disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, no aniversário do país, eles não se importam de onde você vem, qual sua religião ou quem você ama, todos são bem-vindos no Canadá. No fim, aos olhos de Toronto e do resto do país, somos todos pessoas.

Distillery District é espaço que foi revitalizado e serve de exemplo
Espaços que guardam a história de um povo devem ser preservados e não demolidos. E isso o Canadá faz. Em Toronto, bom exemplo é o The Distilerry Historic District (www.thedistillerydistrict.com). Em uma das regiões mais antigas da cidade, o local de estilo vitoriano abrigou, nos anos 1800, a fábrica da Gooderham & Worts Distillery. Produzia rum e uísque, por exemplo, e chegou a ser considerada a maior destilaria do mundo.

Após mais de 150 anos de trabalho, fechou suas portas. Segundo Will Ennis, que faz visitas guiadas (www.gotourscanada.com), o espaço ficou abandonado e se tornou violento nos anos 1990. Em 2002, foi aberto ao público, após ser revitalizado. Hoje é aberto todos os dias e os diversos prédios do espaço contam com lojas, restaurantes e produtores de saquê, vodka e outras bebidas, além de locais para comer tortas e queijos. Não se paga entrada.

Galeria de arte de Ontário guarda obras preciosas
No Canadá arte vive entre as pessoas, não só nas ruas, mas em locais fechados também. E neles é possível ver todo tipo de gente absorvendo ao máximo o que a cidade oferece. Uma das maiores surpresas para quem gosta do universo artístico e está em Toronto é a Galeria de Arte de Ontário (www.ago.ca), conhecida como Ago. O prédio, localizado na Dundas Street West, é visita imperdível.

Entre as diversas salas do museu estão coleções de peças europeias. É possível se deparar com renascimento italiano e também com pinturas do artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973), como Nude With Clasped Hands, de 1906, The Soup, de 1903, e Bust of a Woman, de 1938. Peças como Portrait of Mrs. Hastings, de 1915, do artista plástico e pintor italiano Amedeo Modigliani (1884-1920) podem emocionar facilmente.

O espaço guarda relíquias do holandês Vincent van Gogh (1853-1890) e do francês Edgar Degas (1834-1917). E só isso já vale a visita. Tudo o que se vê a mais é bônus. Além da parte vinda da Europa, o museu apresenta ainda espaço dedicado à peças da África e Oceania e, é claro, canadenses.

Quem for a Toronto até 7 de janeiro poderá, além de tudo, se maravilhar com a mostra temporária Guillermo del Toro: At Home With Monsters. A exposição acerca da vida e obra do cineasta mexicano deixa os olhos maravilhados com curiosidades, sua coleção pessoal de arte, artefatos, livros e adereços de filmes como Hell Boy 2 e Labirinto do Fauno. Imperdível. A entrada para o museu custa, em média, R$ 50. Às quartas-feiras, das 18h às 21h. É grátis.

Museu Aga Khan ensina tolerância com arte
Em tempos em que se vê tanta intolerância com quem é e pensa diferente, o Aga Khan Museum (www.agakhanmuseum.org) convida o público para reflexão acerca de respeito entre as pessoas e variados povos. O espaço, que não é governamental e cujas obras pertencem a uma única família, tem como intenção apresentar ao visitante patrimônios artístico, intelectual e científico das civilizações muçulmanas criadas ao longo dos séculos desde a Península Ibérica até a China. Localizado a cerca de 30 minutos do Centro da cidade (é possível chegar de ônibus direto a partir das estações de Metrô Broadview, Pape e Eglinton), o Aga Khan apresenta diversas coleções e aprendizados.

O Diário acompanhou o gentil guia voluntário Muhammad, que na ocasião realizava seu 909º giro no local. Durante a aula de harmonia que ele dá, pede para que se aprecie não só as obras, mas a construção do local e como ela trabalha luz e sombra. Fala também que é um espaço de tolerância, inclusão e pluralidade. “Se você não é alguém tolerante não estará aqui”, frisa. Entre as obras que podem ser apreciadas estão um exemplar do livro Alcorão, do século 9, porcelanas do Irã do século 10 e pinturas e garrafas do Afeganistão com mais de 1.000 anos. As entradas custam cerca de R$ 50.

Casa Loma é construção que se destaca na metrópole
Do alto de uma colina a construção parece, com toda sua elegância, imponente. A Casa Loma é espaço que se destaca em Toronto e, para quem conhece um pouco da série de TV Downton Abbey, ambientada na Inglaterra no início dos anos 1900, pode ser visita muito interessante.

Castelo de estilo medieval terminou de ser ‘lapidado’ em 1914 e foi propriedade do financista Sir. Henry Pellat, que faliu e teve de abandonar a propriedade. Se de fora a impressão é de grandiosidade, quando se entra na Casa Loma a beleza e delicadeza do local saltam aos olhos.

Com 98 quartos, o espaço permanece como nos tempos de sua criação, com móveis, cortinas, tapetes, louças e tudo mais o que uma residência desse porte tem direito. Uma das salas, a de jantar, com lindos lustres, guarda biblioteca de sonhos de qualquer apaixonado por literatura. A entrada sai em média por R$ 80.<TL>

Menu no Canadá é muito farto
Por ser cidade formada por vários povos, Toronto é boa opção para amantes da gastronomia. E como o destino não para de crescer, as opções não cansam de surgir. O melhor: os preços não são exorbitantes. Em média, um prato principal custa R$ 50.

Representante da culinária japonesa e com ambiente despojado, o Kasa Moto (www.kasamoto.ca), no badalado bairro Yorkville, é opção. Prove o atum. O Lavelle (www.chezlavelle.com) foi aberto no ano passado e merece ser visitado. Contemporâneo, fica no topo de um prédio, tem piscina e conta com vista e comida espetaculares. Bom para turmas e casais. A dica é o ravioli de lagosta.

Peculiar por ter foco na bebida sidra, o Her Father’s Cider Bar + Kitchen (www.herfathers.ca), capitaneado por Josh Mott, cujos pais produzem algumas das bebidas da casa, também é boa sugestão. Depois de abrir o apetite, siga para o restaurante Drake Commissary (www.drakecommissary.ca).

Pratas da casa são o Carbonbar (www.thecarbonbar.ca) e o a La Banane (www.labanane.ca). No primeiro, não deixe de provar o salmão do Atlântico. No segundo, um elegante bistrô, a dica são as vieiras e ostras fresquíssimas.

O repórter viajou a convite do Turismo de Toronto.




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