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Em poucos meses, Eduardo Baptista passa de demitido a aliado do Palmeiras
27/10/2017 | 08:00
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O técnico que o Palmeiras demitiu no mês de maio é o mesmo que - ironicamente - pode recolocar a equipe na disputa do bi do Campeonato Brasileiro. Ele é Eduardo Baptista, que hoje dirige a Ponte Preta, rival do líder Corinthians neste domingo. Como o clube alviverde persegue o primeiro colocado com seis pontos de desvantagem (59 a 53) faltando oito rodadas para o final, um triunfo de Eduardo é fundamental para a diferença cair - desde que o Palmeiras faça a sua parte na segunda-feira contra o Cruzeiro, em casa.

Eduardo Baptista ficou menos de cinco meses como treinador do Palmeiras. A justificativa da diretoria foi "falta de evolução". Depois de ser eliminado pela Ponte Preta em outra ironia - o time que foi algoz no Campeonato Paulista hoje pode ser aliado no Brasileirão - e perder apenas uma partida na Copa Libertadores, o treinador não resistiu à pressão.

Seu maior problema foi a sombra do técnico Cuca, que saiu do time no final do ano passado com o título brasileiro para resolver problemas pessoais e estava sem trabalho. Seu nome foi lembrado pela torcida em todas as derrotas.

Eduardo Baptista é filho de Nelsinho Baptista, técnico que já foi campeão brasileiro com o Corinthians em 1990 e passou pelo próprio Palmeiras entre 1991 e 1992. Treinar o clube alviverde era a grande chance de sua carreira. Ele vinha de dois títulos no Sport, mas amargava uma passagem de apenas seis meses no Fluminense. Depois da curta temporada pelo Palmeiras, outra decepção: ficou apenas 13 jogos no Atlético Paranaense e acabou novamente demitido. Em seguida voltou para a Ponte Preta.

O técnico afirma que não restaram mágoas ou ressentimentos após uma passagem de 23 jogos com 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas - aproveitamento de 66,6%. Quando Palmeiras e Ponte Preta se enfrentaram no estádio do Pacaembu, em São Paulo, no último dia 19, ele foi cumprimentado por praticamente todos os palmeirenses antes do jogo. "Isso é o que a gente leva do futebol. A amizade e o respeito dos atletas com quem trabalhamos. É muito legal", comentou o treinador, emocionado.

Naturalmente, Eduardo Baptista não vai correr atrás da vitória no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP), por causa dos relacionamentos que cultivou na Academia de Futebol. O treinador precisa defender o seu próprio emprego, pois a Ponte Preta luta contra o rebaixamento na 18.ª posição com 32 pontos.

A situação é tão desesperadora que a diretoria baixou os ingressos para R$ 5 e R$ 10, menos cadeiras sociais e camarotes. Tudo para lotar o estádio neste domingo.




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