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Campeões do vôlei lamentam situação do esporte após prisão de Nuzman
09/10/2017 | 17:08
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Ex-jogador de vôlei e ex-presidente da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Carlos Arthur Nuzman foi assunto na apresentação da Superliga 2017/2018, nesta segunda-feira, em São Paulo. O dirigente está preso, acusado de ter participado de um esquema de compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos.

Muitos evitaram comentar o tema, ainda sensível no meio esportivo, mas outros sabem que um fato desses mancha o esporte. "As pessoas, não só no esporte, mas em todos os âmbitos, usam um bem maior para se beneficiar. É uma coisa muito feia. A Rio-2016, para o Brasil foi muito legal, teve uma repercussão muito boa, mas custou muito caro para o País. O legado que ficou da Olimpíada poderia ser fantástico, acabou não sendo tão bom e agora só está piorando. A gente fica muito triste, principalmente os atletas que se dedicaram e as pessoas por trás tiraram vantagem", afirmou Giovane Gávio, que será técnico do Sesc-RJ na Superliga masculina.

Quem também deu sua opinião foi o líbero Serginho, do Corinthians-Guarulhos, que vai estrear nesta edição do torneio. "Esse dinheiro não vai voltar. A gente vai ter de trabalhar muito mais. Se o dinheiro voltasse, a gente ficaria aliviado. Podia fazer hospital, escola. A gente tem preocupação das pessoas que vão seguir à frente disso tudo. Temos de colocar gente que é do esporte, que é do voleibol, que estarão lá por amor e não por outras coisas", disse.

O jogador garante ficar triste por toda essa situação que está acontecendo no esporte brasileiro. "Eu respondo pelos meus atos. Quero ser sempre exemplo para meus filhos, então tenho de dar exemplo bom. Quem fez algo errado tem de pagar. Se for para mudar, tem de mudar agora. A gente tem de colocar dentro da nossa entidade pessoas que amam o voleibol. Eu sei que lá tem muita gente que ama o voleibol. Mas é preciso aproveitar vários campeões olímpicos que estão aí fora do voleibol. Se puder resgatar essas pessoas para trabalhar, seria ótimo."

Radamés Lattari, diretor executivo da CBV, reconheceu que todo o esporte brasileiro está triste com tudo isso, mas revelou que a entidade só vai se pronunciar sobre o assunto após que ocorrer o julgamento da questão. "Assim que tudo for apurado, anunciado, aí a CBV vai tomar a iniciativa de usar a palavra. Por enquanto, estamos aguardando. Estamos todos tristes", comentou o dirigente no evento, que teve a ausência do presidente Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca.

Para Radamés, o fato de Nuzman ter feito sua trajetória como dirigente na CBV não mancha a imagem da entidade. "Até a hora que começar a apuração oficial, aí é que a gente vai poder falar alguma coisa. Muita gente pergunta: 'Você acha que a imagem do vôlei pode ficar arranhada?', e eu respondo: 'Desde 1984 a confederação brasileira só não conquistou medalha em 1988, seja na quadra ou na praia. A gente quer que o vôlei seja lembrado por suas conquistas, isso é que é importante", finalizou.




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