As mudanças na gestão do futebol do Cruzeiro se dão na sequência da eleição presidencial do clube, realizada na última segunda-feira e vencida por Wagner Pires. Ele era o candidato da situação, mas, por divergências nos últimos dias, o presidente Gilvan de Pinho Tavares rompeu com o sucessor recém-eleito, o que desatou a sequência de mudanças. Vicintin será sucedido no Cruzeiro por Itair Machado, enquanto o cargo de Tinga ainda não possui uma definição clara sobre quem vai ocupá-lo.
Em um longa declaração, nesta sexta-feira, na Toca da Raposa II, Tinga explicou que decidiu deixar o Cruzeiro por uma "questão de princípios", mas tentou garantir que a sua saída não está atrelada a Vicintin, embora tenha elogiado o dirigente e outros nomes do clube que trabalharam ao seu lado nos últimos anos, na sua primeira experiência na gestão de um time de futebol.
"Não estou deixando o Cruzeiro, apenas estou acompanhando os meus princípios. Quando cheguei aqui, sem muita experiência em algumas áreas, as pessoas que mais me ajudaram foram o Guilherme Mendes, o Pedro Moreira e o Klauss e o Bruno Vicintin por ser o nosso vice-presidente de futebol também me ajudou muito, mas a minha decisão não está atrelada a decisão de ninguém. Não saio porque o Bruno saiu, saio porque acompanho aquilo que tenho como princípios e de gratidão que tive em toda minha carreira e em toda minha vida. Jamais vou deixar para trás as pessoas que me ajudaram", afirmou.
Tinga explicou também que optou por ficar no Cruzeiro até o final da temporada, o que definiu como um "compromisso" com Gilvan. Além disso, destacou a importância de a equipe terminar bem o Campeonato Brasileiro, embora a vaga na próxima edição da Copa Libertadores tenha sido assegurada com a conquista da Copa do Brasil.
"Além do compromisso com o presidente, tenho o compromisso mais importante que é com os jogadores, com a comissão técnica e com os funcionários. Para ganhar um campeonato, passamos muitas dificuldades juntos e conseguimos superá-las. E para isso acontecer a gente promete e faz muitos acordos com os jogadores daquilo que é de merecimento, então tenho obrigação de ficar aqui até dezembro para brigar por tudo que for de condições deles e também acredito que nós temos ambição dentro da competição", disse.
Tinga defendeu o Cruzeiro entre 2012 e maio de 2015, quando se aposentou dos gramados. Ele retornou ao clube mineiro em dezembro de 2016 como gerente de futebol, tendo trabalhado para estreitar o relacionamento entre os dirigentes e o elenco. Agora, porém, optou por deixar a sua função no momento em que o time passa por uma crise política.
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