Maleson, que hoje vive nos Estados Unidos, procurou de forma espontânea procuradores franceses para dar detalhes do que ele diz ter sido a maneira pela qual Nuzman e a candidatura do Rio compraram votos para ganhar a eleição para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Na condição de presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Walther Maleson, diz ter sido alvo de uma campanha de Nuzman. Seu caso está na Justiça brasileira.
Confira a entrevista com o denunciante:
O senhor fez diferentes apelos ao COI ao longo dos últimos anos sobre Nuzman. Qual deve ser a posição da entidade internacional neste momento?
O que o COI precisa fazer imediatamente é afastar Nuzman e toda a diretoria do COB do esporte. Existem já provas criminais. São acusações que tem consequências sérias. O COI não pode mais esperar. Na realidade, ele teria de ter feito isso já antes, quando a operação começou no mês passado. Mas eles optaram por não fazer nada.
Mas com que base o COI poderia agir?
A entidade precisa proteger a imagem do movimento olímpico no Brasil e no mundo, além dos patrocinadores. Considerando que não apenas Nuzman, mas todas as peças chaves da direção foram presas, não há outro caminho.
Uma prisão de Nuzman não seria suficiente para que o COB passe por mudanças?
Querer que o COB policie a si mesmo é acreditar em Papai Noel. Tem de haver uma intervenção para que as coisas possam mudar.
A realização de uma eleição no COB seria um caminho?
Não basta. O colégio eleitoral, da forma que é composto hoje, está fechado com Nuzman. É preciso uma intervenção para mudar os estatutos e abrir as eleições a um número maior de pessoas. Democratizar a escolha. Se isso ocorrer, haverá uma chance menor de fraude.
O senhor acredita que o comportamento de Nuzman na direção do COB afetou de forma negativa o esporte nacional?
Ele e seus aliados são os grandes responsáveis pela situação do esporte brasileiro. Ele transformou o COB em uma empresa privada para fazer seu marketing. Transformou a entidade em um balcão de negócios. Seu foco foi fazer eventos, com dinheiro público, e não disseminar o esporte. É dele a responsabilidade.
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