Economia Titulo Consumidores exigentes
Região tem 373 queixas diárias de consumidores

Volume de reclamações subiu 12% neste ano
nas sete cidades; maioria refere-se a lojas virtuais

Gabriel Russini
Especial para o Diário
29/09/2017 | 23:28
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EBC


Apesar do cenário econômico de crise, moradores do Grande ABC estão mais exigentes em relação aos produtos adquiridos e serviços contratados. Um indicativo é o volume de reclamações por parte dos consumidores das sete cidades. De janeiro a agosto foram contabilizadas 89,6 mil queixas, o equivalente a 373 por dia. O volume supera em 12% o total ao longo dos oito primeiros meses de 2016, quando houve 79.965 registros oriundos da região, ou 333 diários. Os dados foram levantados com exclusividade ao Diário pelo site Reclame Aqui.

Na avaliação do diretor de marketing do Reclame Aqui, Felipe Paniago, o aumento não se deu apenas nas sete cidades, mas no País como um todo. “A recente crise econômica fez com que as pessoas dessem mais valor para os produtos e serviços comprados. É bem provável que esse movimento se torne tendência nos próximos anos”, avalia. Ainda de acordo com Paniago, atualmente, a cada quatro reclamações feitas no portal, três são solucionadas pelas 140 mil empresas cadastradas.

Em relação às cinco categorias mais reclamadas pelos consumidores, o cenário pouco mudou em 2017. O segmento de lojas virtuais (20% do total) e serviços de telefonia (9%) continuaram a encabeçar o pódio, seguido dos bancos e instituições financeiras (7,5%), serviços de televisão por assinatura (5,7%) e lojas de vestuário (5,5%).

Já no ano anterior, os serviços de televisão por assinatura ocupavam a terceira colocação, com 6,4% das reclamações, enquanto que as fabricantes de produtos eletroeletrônicos (5,7%) e os bancos (4,8%) preencheram o quarto e quinto lugares, respectivamente.

Dentre os principais motivos de queixas, destacam-se atrasos na entrega, cobrança indevida, estorno do valor pago, mau atendimento e produto não recebido. Quem passou nervoso foi o ajudante geral Fábio Braz da Silva, 34 anos, morador de Mauá. Silva comprou um smartphone pela internet no dia 23 de julho com a previsão de entrega em cinco dias, o que não aconteceu por problemas com a transportadora. “A situação já está resolvida, o problema é que demorou demais, já tinha até pago a primeira fatura do aparelho”. Segundo Silva, o celular foi entregue quase um mês depois, apenas no dia 20 de agosto. “Pelo menos deu certo (ter feito a reclamação)”, complementou.

Por outro lado, o executivo de bancos Willian Moreira, 42, morador de Santo André, está enfrentando complicação com a operadora responsável pela internet de sua casa. “Estou com isso (o problema) há pelo menos quatro meses. Já agendei duas visitas técnicas e eles (funcionários da operadora) sequer vieram”. Moreira, que também admitiu ter tido problemas com serviços de telefonia antigamente, ingressou com contestação no Reclame Aqui no domingo e até o fechamento desta edição não tinha obtido solução do problema.

Entre as cidades da região, a que mais possui queixas é São Bernardo, com 30 mil de janeiro a agosto, 11,1% mais do que em igual período de 2016. Santo André vem logo em seguida com 28 mil registros, uma alta de 12% ante o ano anterior. Diadema (10,7 mil), Mauá (9.200), São Caetano (8.000), Ribeirão Pires (3.000) e Rio Grande da Serra (700) completam o ranking. O último município foi o que mais apresentou crescimento entre um ano e outro, de 23%, passando de 565 para 700 reclamações.

INTRUSO - Entre as dez categorias mais reclamadas na região em 2017, uma novidade: o segmento de seguros de veículos, imóveis e vida, correspondente a cerca de 3% das contestações. “A entrada dessa seção pode estar atrelada ao recente histórico de aumento no furto de veículos na região, que possui cidades limítrofes à Capital”, afirmou Paniago.

Segundo informações do Boletim Econômico Tracker – Fecap (Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado) divulgado em julho, cinco cidades do Grande ABC – exceto Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – aparecem no Top 20 das que mais tiveram ocorrências referentes a roubo de veículos no Estado.

Elaborado com base em dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, o levantamento aponta que Santo André ocupava a terceira posição no ranking, liderado pela Capital e por Campinas. São Bernardo aparece em quarto lugar, Diadema em quinto, Mauá em sétimo e São Caetano em 20°. 




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