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FGV: mesmo pequena, alta da confiança da indústria mostra recuperação consistente
29/09/2017 | 16:18
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A magnitude de avanço da confiança da indústria em setembro, de 0,6 ponto, é aparentemente pequena, mas é um resultado "cheio de força", na opinião da coordenadora da pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Tabi Thuler Santos. O indicador alcançou 92,8 pontos, o maior desde abril de 2014 (97 pontos).

A economista explica que a abertura da pesquisa mostra recuperação consistente da confiança no setor, principalmente porque, pelo segundo mês consecutivo, o indicador que mede a percepção sobre a situação atual avançou (0,6 ponto para 90,6 pontos), mostrando sustentabilidade do início da retomada.

No caso do indicador de expectativa sobre o futuro do segmento industrial, Tabi diz que permanecem abaixo do nível anterior a maio, quando a delação da JBS implicou presidente Michel Temer, dando início à crise política. O indicador subir 0,5 ponto, para 94,9 pontos. Mas, diz, a avaliação na FGV é de que esse é um movimento positivo, pois àquela época as expectativas mostravam otimismo exagerado. "Houve certa calibragem para um patamar mais realista e mais consistente", reforça.

Tabi estima que a produção industrial deve crescer em torno de 2% este ano e deve contribuir positivamente com o PIB no terceiro trimestre. "Em agosto, a produção industrial deve ter estabilidade ou ligeira alta, mas a trajetória é de alta, embora não signifique resultados positivos mês a mês", diz a economista.

Apesar de o setor estar mais confiante, Tabi pondera que há vários desafios pela frente. "O NUCI Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou, o que é mau sinal e reforça que a recuperação está no início. Não dá para dizer que a indústria está aquecida".

Ela explica que os estoques ainda não estão totalmente ajustados, mas está próximo desse objetivo, por isso a produção tem oscilado um pouco. O Nuci recuou 0,2 ponto porcentual, para 73,9%.

Até mesmo no caso das melhores avaliações do nível de demanda, que foi a principal influência do aumento do Índice de Situação Atual (ISA), Tabi explica que há diferenças entre a demanda interna e a externa. A demanda doméstica ainda está em nível extremamente baixo (88 pontos), enquanto a externa puxa o resultado com 121 pontos. "Mesmo a demanda interna estando baixa, está melhorando, mas muito devagar."

Em relação ao principal destaque do Índice de Expectativas (IE), as avaliações sobre a tendência dos negócios, o nível já está moderadamente baixo (96,8 pontos), o que, segundo Tabi, pode indicar aumento de investimentos à frente.




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