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Queda do Santos expõe equívocos do futebol brasileiro com rivais sul-americanos
22/09/2017 | 07:40
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Foto: Bruno Cantini/ Atlético MG


O Santos viveu o seu dia mais difícil do ano na última quarta-feira. A tristeza pela eliminação na Copa Libertadores diante do Barcelona, do Equador, foi marcada por folga do elenco e reflexão sobre mais uma das decepções vividas pelo futebol brasileiro na competição.

A derrota por 1 a 0 teve como um dos momentos principais a expulsão de Bruno Henrique. O atacante cuspiu em um jogador adversário e escreveu um pedido de desculpas nas redes sociais. "No calor do momento do jogo, cometi um grande erro ao cuspir em um adversário e colega de profissão", comentou.

O adeus santista selou o terceiro ano seguido em que somente um time brasileiro chega às semifinais da Libertadores. Apesar do recorde de oito participantes no torneio, o País manteve o retrospecto e agora depende somente do Grêmio para quebrar o jejum de quatro anos sem títulos no torneio.

Para o ex-zagueiro Mauro Galvão, a rotina de frustrações na competição deveria fazer o futebol brasileiro mudar de postura. "Os clubes muitas vezes menosprezam os adversários. Veja o Barcelona, do Equador, por exemplo. Fisicamente o time é melhor e muito mais rápido do que os brasileiros que enfrentou e ganhou", disse ele, que foi campeão da Libertadores pelo Vasco, em 1998.

O declínio na participação de brasileiros em fases decisivas do torneio contrasta com o protagonismo conquistado pelo País recentemente. Nas últimas 25 edições da Libertadores, 19 finais tiveram a participação de pelo menos um clube do Brasil, retrospecto ameaçado agora pela série de fracassos.

"Há um momento de alternância no futebol. O Brasil dominou nos anos 1990, mas agora vemos países sem muita tradição crescer porque têm jogadores de nível de seleção", analisou Mauro Galvão. O ex-zagueiro chamou a atenção para o futebol equatoriano. No ano passado o país teve o vice-campeão, Independiente del Valle, e agora volta a colocar um representante, o Barcelona, entre os quatro mais bem colocados.

Na opinião do ex-diretor executivo do Inter Newton Drummond, o Brasil tem sido superado por outros países porque só consegue enxergar os argentinos como rivais à altura e acaba por deixar de lado os outros adversários. "Houve evolução em outros países, principalmente na parte tática. Times colombianos e equatorianos são muito mais organizados que os brasileiros, que também pecam pela falta de liderança técnica e controle emocional", afirmou o dirigente, responsável por montar os elencos do Inter bicampeão da Libertadores (2006 e 2010).




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