A deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) sugere união de forças das diversas alas da oposição de Mauá para tirar o prefeito Oswaldo Dias (PT) do comando do Paço no ano que vem. Até agora o que se vê são as lideranças contrárias à gestão petista trocando farpas, desgastando-se e deixando o governo navegar em águas calmas.

Pré-candidata à Prefeitura, a parlamentar está disposta a levantar a bandeira branca e selar a paz com o recém-empossado presidente do PV municipal, Paulo Bio. Ela e o empresário têm aprofundado as críticas um ao outro nas últimas semanas.

Vanessa saiu do PV para ingressar no PMDB e articulou intervenção da executiva estadual no diretório municipal do partido, atingindo diretamente Bio, que presidia a legenda. Desconfortável com a situação, o empresário deixou a sigla após 20 anos. De lá para cá, os dois iniciaram série de ataques de parte a parte quase que diária.

"Bio tem se utilizado da mídia para sair do ostracismo político. Mas não vou mais responder. Ficamos discutindo entre nós e a administração ruim do prefeito Oswaldo Dias fica alheia", observou a deputada.

A peemedebista articula com outras frentes de oposição da cidade para focar a análise na gestão petista. O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), que apoia Bio em Mauá, expressou a mesma opinião na semana passada. Além de Paulo Bio, Chiquinho do Zaíra (candidato a prefeito em 2008), o vereador Atila Jacomussi e outras forças políticas devem ser contatadas para colocar a estratégia em prática.

"É hora de analisar o que o prefeito tem feito, de maneira inteligente. A situação em que estamos agora (de conflito entre os próprios oposicionistas) só favorece o Oswaldo", frisou a peemedebista. "Podemos dizer, por exemplo, que o projeto do Bio é bom, mas o nosso é melhor. Que o do Chiquinho é interessante, mas o nosso é melhor. A constatação é que como Mauá está não pode ficar", completou.

LEONEL DAMO

Vanessa também saiu em defesa de seu pai, o ex-prefeito Leonel Damo (sem partido), que frequentemente é alvo de críticas dos adversários - governistas e da oposição. Ela tem enfatizado que tem perfil diferente de Leonel, o que é interpretado por alguns como distanciamento político da própria família.

"Não é bem assim. Amo meu pai, tenho orgulho do que ele fez por Mauá. Foi o melhor prefeito da cidade, fez mais creches, asfaltou mais vias... pode comparar. Vai estar no meu palanque, com certeza", enfatiza a deputada.

Apesar de mostra de que está ao lado do pai, a parlamentar diz que não faria as alianças que Leonel concretizou para assumir o Paço em 2006, após a conturbada eleição de 2004. "Ele assumiu numa situação atípica (o pleito foi marcado por imbróglio jurídico, com cassação da candidatura do primeiro colocado, o petista Márcio Chaves). Ele fez parcerias políticas e fatiou o governo. Cada um mandava numa área. Tem de ser aliança coerente, por projeto, por ideologia", avaliou Vanessa, ao se esquivar quando indagada se Paulo Bio e Chiquinho do Zaíra, que foram aliados de Leonel, poderiam também ser seus parcerios. "É cedo para discutir isso."