Economia Titulo No Grande ABC
Emprego na construção tem melhor cenário em 33 meses

Apesar de três, dos últimos quatro meses, terem
sido positivos, o estoque de trabalhadores diminuiu

Gabriel Russini
Especial para o Diário
14/09/2017 | 07:30
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Claudinei Plaza/DGABC


A geração de emprego no setor da construção civil tem mostrado que a crise está sendo vista pelo retrovisor não só para o setor automobilístico. Em julho, as sete cidades registraram a criação de 567 postos de trabalho formais no segmento, o melhor resultado para a categoria em 33 meses. Os dados foram levantados pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).

Em relação ao desempenho mensal, é importante lembrar que, em abril, após a verificação de saldo (admissões menos dispensas) positivo de 67 vagas, foi interrompida sequência de 30 meses consecutivos de demissões. Em maio, as contratações aceleraram e houve a criação de 189 postos de trabalho, mas, em junho, os cortes voltaram e atingiram 438 profissionais.

Na avaliação da diretora regional do SindusCon-SP, Rosana Carnevalli, a performance do Grande ABC já demonstra sinais de retomada. “A oscilação dos últimos meses pode ser vista como algo positivo, tendo em vista que ficamos dois anos e meio no limbo. Faz parte do processo de recuperação. O importante agora é restabelecer a confiança na economia e sair da recessão.”

Conforme o levantamento, São Caetano capitaneou a criação de empregos na construção, ao verificar saldo positivo de 334 chances. Questionada a respeito do desempenho do município, Rosana acredita que “algumas obras que foram retomadas no Espaço Cerâmica influenciaram no resultado”.

As únicas cidades que apresentaram resultados negativos foram Ribeirão Pires (-40) e Rio Grande da Serra (-3). Por outro lado, São Bernardo (146), Santo André (91), Diadema (21) e Mauá (18) também encerraram julho com admissões.

DESAFIOS - Apesar do bom desempenho do sétimo mês do ano, o estoque de trabalhadores segue caindo. Na comparação com igual período em 2016, o total de empregados do setor diminuiu em 4.100 pessoas, passando de 44.912 para 40.812 operários.

Para o presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e do Mobiliário) de São Bernardo e Diadema, Admilson Oliveira, o setor privado está puxando as contratações da construção civil, ainda de forma tímida. “Antes (dois anos atrás), nós não tínhamos tempo para fazer as homologações, agora, estou recebendo ligações de empresas solicitando trabalhador para preencher ficha.”

Segundo Oliveira, a tendência é que o segmento seja reaquecido no decorrer deste semestre e no próximo ano, em razão das eleições. “Com a proximidade da votação, vários líderes colocam licitações nas ruas visando bom desempenho nas urnas”, diz. “Devido à troca de cinco das sete prefeituras no início do ano, os novos líderes estão em momentos de rediscussão de contratos, o que, lá na frente, pode desembocar na retomada de algumas obras públicas.”

Para Rosana, no entanto, a recuperação passa pela dissociação dos cenários econômico e político. “Com isso, em 2018 acredito que o setor possa crescer de 3% a 5%. Para este ano, vejo uma estabilidade.” 




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