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Banco Santander compra 97% do Meridional
Do Diário do Grande ABC
19/01/2000 | 19:20
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O Banco Santander Central Hispano (BSCH) anunciou nesta quarta-feira a compra de 97% do Grupo Financeiro Meridional - que compreende os bancos Bozano,Simonsen, de investimento, e Meridional, de varejo. O valor da transaçao só vai ser definido em abril. A compra tornou o Santander o maior banco estrangeiro na América Latina e o segundo maior estrangeiro no Brasil, atrás apenas do ABN-Amro.

A compra faz parte da estratégia do Santander de alcançar 10% de participaçao no mercado financeiro latino-americano e 5% no Brasil, informou o presidente do banco espanhol no Brasil, Gabriel Jaramillo, em entrevista com o presidente do Bozano,Simonsen, Paulo Ferraz. Com a aquisiçao do Grupo Meridional, o Santander alcançou 8% de participaçao na América Latina e uma fatia 2,5% a 3% no Brasil, calculou Jaramillo.

"A fusao cria uma instituiçao que é ou líder ou segundo lugar no ranking em todas as atividades financeiras do país", afirmou Ferraz, que continuará no Bozano, Simonsen, pelo menos até abril. O BSCH, que tinha 364 pontos de atendimento, com R$ 13,7 bilhoes de ativos, 4,7 mil funcionários e 900 mil clientes, passa a controlar 704 pontos de atendimento, com licença para abrir mais 300 agências, R$ 22,6 bilhoes em ativos e 8,5 mil funcionários no Brasil.

O negócio significou a aquisiçao dos R$ 8,8 bilhoes em ativos, 340 pontos de atendimento e 3,7 mil funcionários do Banco Meridional, e os R$ 1,7 bilhao em fundos administrados pelo Bozano, Simonsen. Na América Latina e Espanha, o BSCH possuía US$ 340 bilhoes de fundos administrados e ativos de US$ 261 bilhoes, com 22 milhoes de clientes em 38 países, segundo o seu último balanço, divulgado em setembro.

Valor secreto - Jaramillo lembrou que, até abril, a transaçao tem de ser aprovada pelo Banco Central (BC), as autoridades financeiras espanholas e de Nova York e Londres, onde o Grupo Meridional também atua. Além disso, nos próximos três meses será feita a avaliaçao dos ativos do Meridional, para estipular o valor da compra.

Jaramillo, que passará a ser o principal executivo do Grupo Santander Central Hispano (GSCH) no país, nao quis revelar nem o valor usado como parâmetro nas negociaçoes. Ao ser perguntado sobre a possibilidade de demissoes, o presidente do Santander disse que as duas instituiçoes financeiras já fizeram ajustes no ano passado. Mas admitiu que "onde houver duplicaçao de funçoes, teremos somente uma atividade".

O Meridional manterá o seu nome, operando independentemente do Banco Santander, mas controlado pelo GSCH. Mas o nome do banco de investimentos do grupo será alterado. "Nossa idéia é ter algo como Santander Bozano,Simonsen", adiantou Jaramillo. O executivo espanhol afirmou que a expansao prevista na América Latina deve ser feita com fortes investimentos no Brasil - e por isso, o Santander deve "olhar com muitíssimo interesse" para a privatizaçao do Banespa, adiantou.

"Fôro íntimo" - Ferraz informou que o grupo Bozano vai manter suas atividades nao-financeiras - o que inclui a participaçao na Embraer, em investimentos em saneamento e mesmo no Investshop, site lançado no ano passado para a intermediaçao de transaçoes financeiras na Internet. O presidente do Bozano Simonsen afirmou que a família controladora do grupo decidiu vender a parte financeira por questoes de "fôro íntimo".

Ferraz negou que a venda tenha sido pressionada pelos resultados da administraçao com o Meridional, comprado em 1997 pelo Bozano,Simonsen, que teriam sido piores do que o previsto. "O semestre passado foi o nosso melhor semestre", afirmou o executivo do Bozano,Simonsen, que referiu-se à análise de "elocubraçoes de quem quer passar por 'insider'".




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