"Os quatro ministros vão agir conjuntamente. Se mexer com um, saem todos. Senão dá margem para leitura desrespeitosa de que é fisiologismo. Se um ministro sai e o outro fica, parece que estamos no governo só por fisiologismo e não por convicção", disse à reportagem Pestana, aliado do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da sigla.
O PSDB comanda hoje os Ministérios das Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos. Com as críticas do partido ao governo, cujo ápice foi o programa partidário veiculado na última quinta-feira, 17, outros partidos da base aliada passaram a cobrar do Palácio do Planalto a demissão dos ministros e redistribuição dos cargos.
"(Uma eventual saída dos ministros) certamente afeta a reforma da Previdência", afirmou Pestana. O parlamentar mineiro ponderou que a reforma já está "problematizada" por outros aspectos relacionados ao texto, o que pode piorar por problemas políticos.
Um dos primeiros tucanos a cobrar publicamente a saída do senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB, Pestana voltou a pedir que o parlamentar cearense deixe o cargo. "Ele gera um constrangimento semanal para nossos ministros", declarou o deputado mineiro.
Substituto
Pestana afirmou que, em reunião na noite dessa segunda-feira, tucanos da ala governista decidiram formar uma comissão de deputados para conversar com lideranças tucanas no Congresso sobre a saída de Tasso. Em outra frente, o governador de Goiás, Marconi Perillo, conversará com outros governadores sobre o assunto.
De acordo com Pestana, a ala governista do PSDB não defenderá nomes específicos de outros vice-presidentes do partido para substituir Tasso na interinidade. "Queremos alguém que permita a construção real da unidade do partido", disse. Ele não descartou até mesmo a saída de um dos ministros da sigla do governo para assumir o comando da legenda.
O PSDB tem hoje oito vice-presidentes. São eles, além de Tasso: o senador Flexa Ribeiro (PA), os deputado Giuseppe Vecci (GO), Carlos Sampaio (SP) e Mariana Carvalho (RO), o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, e os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades).
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