Economia Titulo R$ 3 milhões
Trabalhadores da Tupy serão indenizados hoje em R$ 3 mi

Dos 516 operários que tinham direito, só
350 aderiram à ação movida pelo sindicato

Gabriel Russini
Especial para o Diário
18/08/2017 | 07:19
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André Henriques/DGABC


A Justiça determinou o pagamento de R$ 3 milhões para cerca de 350 trabalhadores da fábrica da Fundição Tupy em Mauá, após homologação de acordo na 1ª Vara do Trabalho da cidade. O valor é referente a meia hora de almoço não concedida entre março de 2014 e agosto de 2016 para funcionários que realizavam hora extra.

Considerando que o montante, liberado hoje, fosse partilhado de forma igualitária entre todos os envolvidos, iria gerar remuneração média de R$ 8.571 a cada operário.
A ação foi movida pelo departamento jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá no ano passado. Trabalhadores que foram demitidos em maio também foram incluídos na decisão em assembleia realizada pela entidade em meados de junho.

Conforme as regras do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), funcionários que almoçam no período de 30 minutos não podem fazer hora extra, condição que estava sendo desrespeitada pela fundição, de acordo com o sindicato. “A empresa não estava cumprindo o acordo, então decidimos agir”, comentou o secretário-geral do sindicato Sivaldo Pereira, também conhecido por Espirro.

Ainda segundo o sindicalista, além dos 350 profissionais que aderiram ao acordo com a entidade, mais uma parcela de 166 funcionários possui esse direito. “Acredito que metade desse pessoal já tenha ido atrás disso”. Porém, nesses casos, cabe ao próprio trabalhador ingressar com nova ação na Justiça. Existe prazo de dois anos para que as ações individuais sejam movidas.

É importante ressaltar que cada trabalhador irá receber um valor proporcional ao que teria direito. “Quem trabalhou durante 20 meses sob essa condição, por exemplo, vai receber R$ 10 mil. Já para quem trabalhou por apenas seis meses, irá receber um valor de aproximadamente R$ 1.000”, explicou Espirro.

Procurada, até o fechamento desta edição a empresa não possuía posicionamento oficial a respeito do pagamento dos valores retroativos.

DEMISSÕES - No dia 15 de maio, a Fundição Tupy enviou cerca de 500 telegramas de demissão aos funcionários da fábrica de Mauá que estavam em férias coletivas. Conforme a informação da mensagem entregue aos empregados via Correios, os desligamentos foram uma resposta à crise econômica do País, que fez com que a empresa ajustasse o quadro de funcionários no município. Atualmente, a unidade conta com apenas 250 trabalhadores.

Para se ter ideia, em 2012 a planta mauaense contava com aproximadamente 1.450 funcionários, ou seja, em cinco anos o quadro de operação foi reduzido em quase sete vezes.

Espirro lembra que a filial de Mauá foi constantemente ameaçada de fechamento, nos últimos tempos, devido à proximidade com o Porto de Navegantes], o que torna os custos de exportação menores. Além disso, naquela região os gastos com salários e benefícios são menores do que no Grande ABC.

A Tupy hoje realiza apenas o acabamento de blocos e cabeçotes de motor para caminhões. Os produtos são confeccionados na sede da fundição, em Joinville (Santa Catarina).

Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o emplacamento de caminhões] cresceu 8,25% na comparação entre junho e julho deste ano, passando de 4.180 para 4.525 unidades. No entanto, no acumulado do ano, as vendas dos pesados somam queda de 13,70%, recuando de 30.110 para 25.984 veículos. 




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