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Convênio cobra mais de R$ 20 mil de paciente por materiais cirúrgicos
Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
10/08/2017 | 07:00
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Atualizada às 18h06

Contratar plano de saúde é alternativa encontrada por muitas pessoas para evitar dor de cabeça quando precisam de atendimento médico. Mas com Fátima Camacho, 53 anos, a solução virou problema. Cobrança no valor de R$ 20.652,76 para cobrir gastos com materiais utilizados em uma cirurgia previamente autorizada tem tirado o sono da família dela.

A mãe, Tereza de Freitas da Silva, 78, é segurada da SulAmérica desde 1991. No mês passado, ela quebrou o fêmur direito e procurou atendimento no Hospital São Bernardo, que atendia ao plano. Os problemas começaram a ocorrer logo de início. “Ela precisava de uma cirurgia de urgência e levou dois dias para o convênio autorizar. Minha mãe tem osteoporose avançada e, nove anos atrás, quebrou o outro fêmur. Na época a deixaram quatro dias com a perna quebrada porque o convênio fica fazendo cotação do material”, conta Fátima.

O procedimento cirúrgico foi realizado no dia 15 de julho e, para surpresa dos familiares, dez dias depois a unidade hospitalar entrou em contato, informando que o plano de saúde negou o pagamento dos materiais usados na operação e que o valor, superior a R$ 20 mil, deveria ser pago pela família em um prazo de 60 dias.

A equipe de reportagem do Diário teve acesso a e-mail enviado a Fátima pelo hospital, em 4 de agosto, com documentos anexos que descrevem o custo de cada material e atestam a negativa do convênio para quitação dos mesmos. O item mais caro, o Gamma3 – sistema de hastes intramedulares para fraturas proximais de fêmur –, teve custo de R$ 12.436,66.

“O plano é de cobertura total, menos quarto particular. Há nove anos, minha mãe fez duas cirurgias no fêmur esquerdo, em um período de um mês, também precisou colocar haste e não teve de pagar pelos materiais”, lembra Fátima. “Minha mãe tem 78 anos, meu pai, 83, e eles pagam mais de R$ 800 mensais de convênio com muita dificuldade, sendo todo ano com reajustes (concedidos) pela lei. Sei que fizeram modificações nos últimos anos, mas o plano da minha mãe é antigo e eles não podem se recusar a pagar, visto ainda que foi uma situação de urgência, por quebra do fêmur com deslocamento do osso. Se autorizaram a cirurgia, têm de autorizar o material.

"Realmente não temos condições alguma de pagar isso, que é da responsabilidade do convênio”, completa.
Em nota, a SulAmérica disse apenas que “todos os procedimentos e materiais solicitados foram autorizados” e que “a companhia entrará em contato com a família da segurada para esclarecimentos adicionais”.




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