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Mais Educação contempla apenas alunos de Diadema e de São Bernardo

Quase 6.000 estudantes de Santo André
e de Mauá deixaram de ser beneficiados

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
27/07/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Apenas duas redes municipais do Grande ABC – São Bernardo e Diadema – participam do Novo Mais Educação, programa do governo federal que amplia a jornada escolar em até três horas com o objetivo de melhorar o aprendizado, neste ano letivo. Em contrapartida, quase 6.000 estudantes de Santo André e de Mauá ficaram de fora da ação, tendo em vista que as administrações não aderiram ao projeto, criado em 2007 e remodelado no ano passado.

O Mais Educação disponibiliza verba às unidades escolares para que sejam desenvolvidas atividades nos campos de artes, cultura, esporte e lazer, além de reforço em Português e em Matemática no contraturno escolar. O novo modelo, que poderia ter sido aderido até novembro do ano passado, prioriza escolas com baixo índice socioeconômico e baixo desempenho no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

Conforme o MEC (Ministério da Educação), o ciclo anterior do programa – que vigorou entre 2014 e 2016 – contemplava alunos das redes municipais de Santo André (2.089), de São Bernardo (2.153), de Diadema (9.282) e de Mauá (3.900) em 70 unidades de ensino. Neste período, as escolas receberam R$ 1,97 milhão.

Para este ano, o governo federal liberou R$ 2,6 milhões para o desenvolvimento das atividades em São Bernardo (R$ 545 mil) e em Diadema (R$ 2,1 milhões), beneficiando 13.105 estudantes de 41 escolas, sendo 10.615 alunos da rede municipal de Diadema e 2.490 de São Bernardo.

São Caetano e Ribeirão Pires destacaram que não se enquadram no perfil do programa e Rio Grande da Serra não participa do projeto desde 2013.

As atuais gestões de Santo André e de Mauá lamentaram ter ficado de fora do programa federal. “Infelizmente, quando a administração assumiu, em janeiro de 2017, o prazo para adesão já havia acabado. O antigo governo não se candidatou para aderir ao programa. O atual governo aguarda a abertura do programa novamente para fazer a adesão”, informou, por meio de nota, a Prefeitura de Mauá.

Paulo Serra (PSDB), prefeito de Santo André, também já havia criticado a postura de seu antecessor, Carlos Grana (PT), em não solicitar participação no Mais Educação. “A cidade, novamente, por falta de gestão, perdeu a oportunidade de receber verba federal. Com certeza, assim que abrir inscrição, vamos nos credenciar”, garantiu, durante apresentação de projeto semelhante com verba municipal na segunda-feira (leia mais ao lado).

REDE ESTADUAL

Com exceção de Rio Grande da Serra, as demais redes estaduais da região renovaram a participação no Mais Educação para este ano, totalizando 143 unidades e 21.536 estudantes, investimento de R$ 2,5 milhões. No período de 2014 a 2016, o programa beneficiou 18.749 alunos de 110 escolas – R$ 4 milhões.

Programas municipais complementam ação federal

Diante do problema da não adesão ao Mais Educação neste ano, Santo André lançou, no início da semana, o Mais Saber, programa que garante duas horas a mais de atividades no contraturno em 17 unidades de ensino, beneficiando 1.700 alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental. A ação será custeada com verba própria, oriunda do Fundo Municipal de Educação, especificadamente da arrecadação da Sabina Escola Parque do Conhecimento, com estimativa de custar R$ 250 mil neste semestre.

São Bernardo também conta com programa de ampliação da jornada escolar. Lançado em janeiro, o Educar Mais atende 1.231 crianças com idade entre creche e Ensino Fundamental (até 10 anos) de cinco escolas.

São Caetano já mantém programa de tempo integral na rede de ensino em pelo menos 23 das 58 unidades e, em Diadema, existe, além do Mais Educação, o Cidade na Escola, que beneficia 2.050 crianças de 6 a 10 anos com atividades de alfabetização, língua estrangeira e artes no contraturno escolar.




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