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Ex-assessor de partido de Evo Morales será julgado no Brasil
Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
22/07/2017 | 07:00
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Preso desde o dia 7 de julho, quando foi pego em flagrante por policiais da Dise (Delegacia de Polícia de Investigações de Entorpecentes) de São Bernardo com 99 quilos de cocaína, o boliviano Romer Gutierrez Quezada, 38 anos, será julgado pela Justiça brasileira, conforme a Embaixada da Bolívia no País. O suspeito de liderar o tráfico de entorpecentes em parceria com o crime organizado da região é ex-assessor do MAS (Movimento para o Socialismo) em Santa Cruz de La Sierra, partido do presidente da Bolívia, Evo Morales.<EM>

Segundo o conselheiro da embaixada boliviana no Brasil, Wilfredo Chávez Serrano, a Justiça é a responsável por investigar e determinar a responsabilidade das pessoas presas e também pelas circunstâncias dos acusados. “A nossa posição é o respeito pela lei e, consequentemente, de apoiar o investigado como qualquer outro cidadão boliviano correspondente”, enfatizou.

Quezada, que é natural da cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, foi preso por volta das 23h50 do dia 7, quando se preparava, ao lado de outros três traficantes – sendo um deles o comerciante também boliviano Olbis Rueda Garcia, 41, – para realizar a entrega do entorpecente na Rua São José, no bairro Pauliceia. Posteriormente, a cocaína seria distribuída no Grande ABC. Foram apreendidos, ao todo, 100 tijolos do entorpecente, escondidos em uma caminhonete branca e em um Fiat Uno Mille cinza.

Conforme o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), o processo tramita na 3ª vara criminal de São Bernardo e corre em segredo de Justiça.

Professor da Faculdade de Direito de São Bernardo e especialista em Direito Penal, Vladimir Balico destaca que o código de processo penal do País determina, em seu artigo 1º, que todo crime praticado em solo brasileiro seja julgado pela lei nacional. “Neste caso, a Bolívia até pode pedir a extradição do estrangeiro, mas ele deverá ser processado e punido aqui. Caberia extradição apenas se ele tivesse cometido crime em outro país e fosse preso no Brasil. Já a deportação ocorre apenas quando o estrangeiro está em situação irregular”, ressalta.

A pena prevista pelo crime de tráfico de drogas em solo nacional varia de seis a oito anos, conforme o especialista.




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