O governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), estuda apresentar proposta de reajuste salarial ao funcionalismo público que fracionaria o percentual da inflação no período, calculado em 4,5% pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Levantamento interno do Paço, estipulado para conclusão em 60 dias, estima, entre as ofertas, conceder a alíquota em três prestações, sem definir, a princípio, se alguma parcela ficaria para o próximo exercício. Em votação na segunda-feira, os servidores públicos rejeitaram plano inicial do Executivo, que, na ocasião, não previa índice de reposição nos vencimentos.

Líder do governo na Câmara, o vereador Pedrinho Botaro (PSDB) pontuou que a administração tucana mantém negociação com a comissão do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de Santo André, além do interventor na entidade, Marco Antonio Parisi Lauria. “Conceder três parcelas de 1,5% pode ser uma saída, que está em análise. Depende um pouco também dos projetos em curso (conduzidos pela Prefeitura para aumentar a arrecadação municipal em tempos de crise financeira)”, disse o parlamentar, referindo-se, por exemplo, ao texto do Refis, chamado de Renegocia, que deve ser apreciado hoje no Legislativo. O Executivo tem a expectativa de recuperar cerca de R$ 15 milhões com a medida.

O Paço justificou indisponibilidade econômica num primeiro momento. Alegou que seria possível atender um dos pedidos: pagamento do adiantamento do 13º salário. A classe reivindicava 15,57% – reposição da inflação no período, mais percentual de perdas salariais. O Sindserv tende a realizar protesto hoje na sessão da Câmara, inclusive utilizando a tribuna. Em seu site, os sindicalistas fizeram chamado para mobilizar os servidores. “Tragam faixas e apitos, a participação da categoria é fundamental neste momento. Só a mobilização vai mudar o rumo da negociação”, destacou a comissão. Até agora, foram firmadas três rodadas de discussão sobre o tema.