O adolescente de 17 anos que teve a inscrição “Eu sou ladrão e vacilão” tatuada na testa no início do mês começou o processo de remoção da frase no último fim de semana. Apesar de a Prefeitura de São Bernardo ter oferecido o procedimento gratuitamente, a família optou por realizá-lo em clínica de estética particular, que também ofereceu as sessões sem custos para os familiares.

A equipe responsável pela remoção se deslocou até a clínica de recuperação onde o adolescente está internado, no Interior de São Paulo, para a realização da primeira sessão, no sábado. O tratamento para o vício de álcool e de drogas também não está sendo pago.

Conforme a mãe do jovem, Vania Aparecida Rosa Rocha, 34, eles escolheram a clínica porque foi a primeira a oferecer ajuda ao adolescente. “Eles chegaram antes mesmo da Prefeitura. Por isso optamos por fazer com ela. Já deu bastante diferença. Tinha visto que o processo poderia levar até um ano, mas algumas letras já estão sumindo”, contou.

A retirada também ocorre por meio de laserterapia, de acordo com a família. O jovem, desde a internação, no início deste mês, permanece 30 dias sem visitas. “Isso por conta dessa primeira fase do tratamento. Ele está tendo acesso a psicólogos e toda assistência que precisa”, contou o tio Vando Aparecido Rocha, 33, que mora com o sobrinho e a avó, em São Bernardo.

A Prefeitura confirmou a decisão da família por meio de nota. “Eles alegam que o adolescente está muito abalado com a situação e a repercussão do caso na imprensa. Cabe ressaltar que o município ofereceu tratamento no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), onde ele seria assistido por uma equipe multiprofissional composta por médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, educadores físicos e monitores de oficina”, informou. “Independentemente da decisão da família, a administração segue à disposição”, continua o texto.

A retirada da tatuagem seria feita por meio de parceria com a Faculdade de Medicina do ABC, onde seriam disponibilizados procedimentos médico e cirúrgico ao adolescente. A estimativa era a de que o procedimento de remoção completa de uma tatuagem, feito por laserterapia, duraria de oito a dez sessões, feitas a cada 30 dias.

Na última semana, o Ministério Público denunciou o pedreiro Ronildo Moreira de Araújo, 29, e o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, por lesão corporal grave, constrangimento e ameaça. O inquérito está em segredo de Justiça.