Setecidades Titulo Segurança
Reunião altera guarda de armas

Após apreensão, armamentos não serão mais levados a fóruns, mas diretamente para destruição ou para equipar forças de Segurança

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
20/06/2017 | 07:07
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


Após o roubo de armas no Fórum de Diadema, no último sábado, precedido por outro caso no Guarujá, no início do mês, o processo de encaminhamento e guarda de armas de fogo foi alterado. A mudança, definida em reunião ontem, prevê que armamentos não sejam mais levados aos fóruns após a perícia e, sim, diretamente para destruição ou para equipar forças de Segurança. A ideia é que as ações de destruição sejam feitas semanalmente.

“Em decorrência das ações já realizadas, 11 mil armas foram recentemente encaminhadas ao Exército para destruição, sendo que o Tribunal de Justiça está agilizando os procedimentos, junto com o comando do Exercito, para que número maior possa ser recebido e destruído semanalmente”, informou nota oficial divulgada conjuntamente pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado.

Houve também alterações na logística, para que a remoção do maior número de armas de fóruns para os comandos de policiamentos de área da Polícia Militar seja feita em curto espaço de tempo, “priorizando-se a transferência das armas de maior potencial lesivo. Estabeleceu-se, também, que serão realizados procedimentos para inutilizar as armas que não tenham interesse para processos ou para as Forças de Segurança do Estado, antes mesmo de seu encaminhamento para procedimento de destruição”, prossegue o texto.

Participaram da reunião, além da SSP e do TJ, Exército Brasileiro, polícias Militar e Civil, presidência, vice-presidência e corregedoria-geral da Justiça. Por meio de entendimento entre governo do Estado e Exército Brasileiro, foi editado o Provimento 2.345, de junho de 2016, pelo Conselho Superior da Magistratura.

Conforme o especialista e ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, a medida vem ao encontro da determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), datada de 2011, a qual prevê que as armas depositadas em juízo tenham prazo de 180 dias para serem levadas ao Exército.“A polícia apreendeu a arma e foi feita a perícia, imediatamente já deve ser encaminhada para o Exercito. Há muito tempo que é necessário resolver este problema da Segurança, responsabilidade do Judiciário, que falhou”, disse.

Para o especialista em Segurança Pública e privada Jorge Lordello, o caso liga o alerta para demais questões. “Percebemos que o Tribunal de Justiça também podia investir em tecnologia, mas investiu somente em homens armados. Os vigilantes foram rendidos, mas não havia monitoramento em tempo real, o que mostra fragilidade nos recursos.”

INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil investiga o caso, mas ainda não tem pistas sobre a autoria do roubo que subtraiu cerca de 400 armas do Fórum de Diadema. A principal dificuldade é a falta de imagens, já que as câmeras do local não estavam funcionando. Conforme o delegado Miguel Ferreira da Silva, do 1º DP (Centro), câmeras de agência bancária localizada no fórum podem ajudar a elucidar o crime. “Ainda não temos imagens. Estamos aguardando técnico para manuseio do equipamento (da agência).”

Três vigilantes foram rendidos por três pessoas, que também roubaram as armas e coletes deles. Depois disso, homens invadiram o local para ajudar no crime. Conforme o delegado, eles tinham informação privilegiada, pois sabiam a sala onde as armas estavam. Ainda não há indícios de relação com o caso do Guarujá. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;