Setecidades Titulo Educação
Falta de estrutura reflete na aprendizagem do aluno

Levantamento mostra que 26,9% das escolas
têm bibliotecas e 67,63%, salas de informática

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
19/06/2017 | 08:24
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


Os números relacionados à estrutura das 865 unidades de ensino públicas do Grande ABC mostram que a existência de biblioteca e de laboratórios de informática não integra lista de prioridades dos gestores municipais e estadual. Conforme o Censo Escolar de 2015, o mais recente disponibilizado pelo MEC (Ministério da Educação), apenas um quarto das escolas (26,9%) possuem sala adequada para leitura. A situação é um pouco melhor na área da tecnologia, tendo em vista que pouco mais da metade dos estabelecimentos (67,63%) tem sala de computadores com acesso à internet. 

O cenário teve avanço quase que nulo quando comparado com o Censo de 2010. Na época, 25,56% das 794 unidades existentes tinham biblioteca e 65,23% delas contavam com sala de informática.

Para especialistas, não há dúvidas de que a falta de infraestrutura adequada reflete em problemas de aprendizado. “O estudante está esgotado da escola do século 19. A melhoria dos índices educacionais passa pela atualização da unidade de ensino”, observa a professora do curso de Pedagogia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Cintia Pataro.

“Quando há alternativas atrativas para o aluno e os projetos têm continuidade, vemos evoluções até mesmo de quadros de crianças que chegam com diagnóstico de deficit de atenção”, comenta a professora da rede municipal de Santo André, Carolina Mariane Miguel.

No dia a dia, não basta a existência dos equipamentos educacionais, lembra a diretora da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Januz Korzak, em Santo André, Rosangela Zambianco. “Estamos falando de gerações diferentes, por isso a formação dos professores é fundamental.”

Na prática, os próprios alunos destacam preferir atividades fora da sala de aula convencional. “Fica mais fácil para aprender na informática. A gente faz pesquisas e a aula passa mais rápido”, observa Amanda Fiorotti, 9 anos, aluna do 4º ano do Fundamental.

Quando o assunto é biblioteca, a tática é não associar a visita à sala de livros com a cobrança de conteúdo com avaliação. “A leitura deve trazer prazer. Incentivamos eles a trocar de material quando não gostam. E um acaba estimulando o outro”, ressalta Rosangela. Para a pequena Yasmin Caceres, 9, gostar de ler ajuda a ter concentração e a escrever melhor. “Geralmente a gente leva os livros para casa e indica aos amigos”, diz.

OUTRO LADO

Santo André destacou que tem a intenção de que todas as 91 escolas da cidade tenham acesso a estrutura tecnológica para atender seus alunos. Em relação às bibliotecas, todas as escolas contam com o espaço.

São Bernardo limitou-se a informar que possui total de 103 bibliotecas escolares e 83 laboratórios de informática. Já São Caetano observou que está em período de análise dos dados e necessidades do município e, em paralelo, elaborando planos, prazos e custos, levando em consideração os dados do Censo Educacional. Mauá também destacou que realiza estudo com o objetivo de identificar e aprimorar padrões mínimos das unidades. Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não se pronunciaram sobre o tema.

A Secretaria Estadual da Educação contestou os dados ao informar que 95,6% das escolas na região contam com laboratório de informática. Conforme a Pasta, todas as unidades têm acervo permanente para leitura e empréstimos de livros. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;