Política Titulo Investigação
MP apura denúncias no gabinete de Rautenberg

Acusações contra vereador de Sto.André vão desde funcionários fantasmas a caso de nepotismo

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
18/06/2017 | 07:51
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Nario Barbosa/DGABC


O Ministério Público averigua denúncia anônima formalizada contra o vereador andreense Roberto Rautenberg (PRB), atualmente no segundo mandato na Câmara. A acusação aponta série de possíveis irregularidades dentro do gabinete do republicano, destrinchadas principalmente durante a primeira legislatura do parlamentar, que vão desde funcionários fantasmas – de acordo com as informações do documento, alguns servidores nomeados por ele a cargos comissionados não compareciam para dar expediente na Casa – a caso de nepotismo.

Empresário do ramo de academias e ligado à causa animal, Rautenberg foi reeleito com 7.863 votos em 2016, mais lembrado nas urnas da cidade. A denúncia abre com a nomeação de Simony Demétrio, citada como namorada do republicano à época. Ela atuou entre junho de 2013 e julho de 2014 na função de assessora parlamentar, com salário de R$ 2.084. Além dos laços, o texto relata que, mesmo lotada no gabinete, Simony trabalhava todos os dias em uma das academias do namorado, assim como Juliana Shehady. O documento menciona que Juliana atuou praticamente no mesmo período, com remuneração de R$ 4.236, e também dava expediente na academia.

A denúncia complementa com o nome de Gustavo Palmieri. Ele assumiu posto de chefe de gabinete entre dezembro de 2013 a março de 2015, com contracheque de R$ 6.407, só que, de acordo com o texto, não trabalhava no Legislativo. “Foi nomeado para fazer campanha para o vereador na campanha de deputado federal, em 2014”, apontou. A acusação envolve ainda Arthur Martins, assessor parlamentar, lotado de 2014 a 2015. Proprietário de gráfica que prestou serviços para a empreitada de Rautenberg, ele teria sido contratado para “receber pelos serviços de impressão”, sem, no entanto, dar expediente na Casa.

Há outros funcionários indicados no documento. O texto pede que todos sejam chamados para prestar depoimento. Especialista em Direito Público, o advogado Arthur Rollo afirmou que MP ou Câmara pode instaurar ação depois de até cinco anos do término do mandato em questão. “Seria, portanto, prazo até 2021.” Frisou que episódios de ‘fantasmas’ rendem processos de improbidade administrativa, que, se comprovados, geram cassação. Sobre a namorada, ponderou que tende a ser encarado como “ofensa à moralidade”. “Agora, caso fosse fantasma, a situação se agrava.”

Rautenberg alegou não ter tido acesso ao teor das acusações, mas, segundo ele, é possível garantir que são denúncias falsas de uma pessoa que está querendo denegrir sua imagem. “Se fosse verdadeira, não seria anônima. Todos os funcionários do gabinete trabalham e cumprem horário diariamente”, sustentou. Sobre a sua namorada, o republicano mencionou que eles não estavam juntos na ocasião que Simony era lotada no gabinete. “Inclusive, ela estava com outra pessoa e eu, solteiro, aproveitando a vida. Nosso namoro oficial foi reatado durante as eleições de 2014, quando ela não participava mais do Legislativo.” 




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