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Projeto de alunos da UFABC vai à final mundial da Imagine Cup, em Seattle

Criação propõe reduzir custos e níveis de mortalidade para ampliar oferta de peixes

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
27/05/2017 | 07:20
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Na busca pelo sonho de se tornarem empreendedores de sucesso, alunos do Grande ABC se inscreveram em competição da Microsoft, a Imagine Cup, e tornaram-se finalistas brasileiros. Agora, eles seguem para Seattle, nos Estados Unidos, para disputar a etapa mundial e, quem sabe, viabilizar a proposta por meio de uma startup.

Idealizado por estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o UpFish propõe, por meio da tecnologia, ampliar a oferta de alimentos por meio do pescado. “Eu e um amigo que estuda na Unicamp participávamos de disputas voltadas para a área de TI (Tecnologia da Informação), mas sempre tivemos vontade de desenvolver nosso próprio projeto”, explica Elton Soares, aluno de Neurociência da UFABC e um dos criadores da iniciativa finalista.

Com a mentoria de Manoel Bráz, diretor da Abracoa (Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos), o UpFish é solução inteligente que visa aprimorar a produção de pescados no sistema de aquicultura – cultivo em espaço confinado e controlado – que, segundo Soares, é um dos meios mais eficazes na produção de proteína animal. “Tudo começou quando visitei a primeira fazenda urbana de camarões em Nova York, no início de 2015”, comenta.

Ao retornar para o Brasil, o estudante notou que a tecnologia na América Latina para o desenvolvimento da aquicultura ainda era carente. “Foi aí que veio a ideia”, lembra.

Conforme dados levantados pelos estudantes, o sistema de aquicultura, se comparado com a criação de bovinos, ocupa 20 vezes menos espaço, emite dez vezes menos gás carbônico e demanda sete vezes menos alimento, além de consumir 11 vezes menos água.

O Estado de São Paulo conta com 16 fazendas de aquicultura, porém, Soares ressalta que 70% do custo da criação é gasto com ração e, que a taxa de mortalidade é de 15%.

Os estudantes então desenharam o UpFish para melhorar a qualidade da água e tornar a produção de pescados mais lucrativa. “O projeto possui um hardware e um software. Com o primeiro, o criador consegue medir os níveis de Ph, oxigênio, amônia, nitrito, nitrato, alcalinidade, dureza e gás carbônico e estes dados são cadastrados em uma nuvem e, a partir de então, analisamos os dados e instruímos o produtor para regular a qualidade da água”, explica.

De acordo com os testes realizados, diminuíram para 20% os gastos com a ração e caiu para 5% a taxa de mortalidade dos animais. “Ao cuidar da água, o metabolismo do animal melhora, consumindo menos alimento mas, ao mesmo tempo, estimulando o aumento da massa; além de melhorar o sistema imunológico deles, fazendo com que a mortalidade caia. Desta maneira, o produto terá custo menor ao consumidor final e maior qualidade.”

PRÓXIMO PASSO - Caso vençam a etapa mundial da competição – prevista para a última semana de julho, mas ainda sem data certa, em Seattle, nos Estados Unidos –, eles ganharão US$ 100 mil para desenvolver o UpFish, além de receber consultoria da CEO da Microsoft, Satya Nadella.

Por ser finalista da fase brasileira, no entanto, o grupo já está recebendo apoio do Instituto InnovAction com o objetivo de transformar suas ideias em uma startup, assim como o paraibano BubuDigital, desenvolvido por estudantes do IFPB (Instituto Federal da Paraíba), também finalista, com o projeto de chupeta que monitora bebês e tem como objetivo reunir dados para combater a mortalidade infantil. 




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